31.3.14
30.3.14
weed + pills
venha
entre os fios dos mal amados
entre os pelos ouriçados
é uma dança de fluidos
com rosas brotando dos orifícios
parindo gerberas
na cama crua
dia do unicórnio
então numa tarde desesperançada de um domingo preguiçoso, acontece o avesso do obvio: um pônei branco de crinas e rabo cor de rosa aparece na estrada como um coelho da cartola: mágica.
e um sorvete azul com rosa, e um elogio de alguém que se admira, e um cigarro abençoado.
29.3.14
tempo
o tempo vai te olhar nos olhos, através da tua pele, vai sair do outro lado, e você vai achar que viu a hora enquanto ele viu toda a história
e tudo que ainda será.
ninguem
time has never been cruel
it is not aware of itself;
caged in a watch
sitting on walls
don't stare
don't blink
it will look you in the eye, through your brains and beyond
the hours will go nowhere while the seconds will see places you will never be
it watches you die
it doesn't say a word
it is trapped
just like you
lugar nenhum
take me, for I am ill
and I have taken the pills
you may treat the disease
but you dont cure the sick
swallow this down
and let it melt your insides
let me swim in your stomach
like a fish waiting in the bowl
for something to happen
spread your arms out
make yourself your size
tell me, do you love my brains?
I need a kiss in my headache
there was never a plan
it was all a mistake
from beginning to end
that was all that was made
and you can't say no
if you're chosen to see
but please, take me
I will blind you while I can.
nada
im on a tight schedule here, and nothing has been done
yet
nothing grows on these fields
but your face on my mind
it won't let anything in
and it won't get anything out
yet
I am here
and I will be here still
stubborn feet on desert hills
I can keep time going for as long as I want to
I can keep the dogs from barking
I can scramble my eggs in the morning
yet
I can't shake you off
take me, I am done
isso é só meu
coração, você ta ai?
saiu do peito e foi dar uma volta ali na esquina, pegou um vento, voou, virou bicho no céu, desceu, passeou de maos dadas, tropeçou, te ajudaram coração, você bateu, você bateu demais, não te aguentaram, eu não te aguentei, me desculpa coração, me desculpa se te tranquei nessas costelas, não deu dessa vez, as vezes nem percebo a falta que você faz, as vezes nem lembro de te acordar de manhã, você ta bem? conheceu alguém? tem feito exercício?, aguenta um pouco mais, so um pouco mais coração, ta tudo certo, os próximos dias virão, to te dizendo.
27.3.14
25.3.14
na noite
depois de anos comprando livros, finalmente comprei o início do meu. minha máquina de escrever, espero que eu e você nós demos bem.
to ansiosa e otimista, quero procurar projetos na fotografia e na área de literatura. cada vez mais me abasteço das ideias de vida diferentes, como uma toupeira que acabou de colar a cabeça pra fora do buraco: o mundo todo descoberto.
tenho me sentido mais segura em relação a mim mesma nesse mundo, com sangue mais forte.
bem alegre, bem disposta a começar, aos 23 anos, a minha vidinha :)
24.3.14
23.3.14
22.3.14
infeliz
diga que a minha língua foi áspera, que meu sexo foi muito, fale da acidez da minha saliva, reclame do puxão de cabelo, sim, posso ter sido demais, mas eu te amei, infeliz.
dieta
café da manha: um cigarro e café com leite
almoço: dois cigarros e batata doce
jantar: dois cigarros e a noite inteira pra digerir minha insônia.
21.3.14
odeio você
faz tanto tempo que te amei
nem parece que foi ontem;
acabei de dar-me conta
que de fato nasci
das coisas que sobreviveram.
minha pele mudou
meu olhar cerrou-se
cruzei os braços em cima de um novo peito
para disfarçar a dor
você dividiu em duas partes
a minha história
e é sempre em duas partes que me encontro,
entre o antes e o agora.
tchau
não me resta mais o que dizer
ainda assim, é tanto no peito
um congestionamento de todas as coisas que ficaram pela metade
numa tarde qualquer de novembro
escuta, escuta bem o que não digo
sente, tenta sentir na palma da mao
aquele beijo que deixei guardado
hoje não tem mais
quase nada sobreviveu
de ontem
salvei teu ultimo olhar
para dias como
esse.
18.3.14
me ensine
me ensine a dormir, quando meus olhos fechados nada mais são
que telas para pintar o que queres
quando no peito nada repousa
e dentro tamanho amor ecoa.
me ensine
me ensine a dormir, quando meus olhos fechados nada mais são
que telas para pintar o que queres
quando no peito nada repousa
e dentro tamanho amor ecoa.
eu não sei
"se o amor é a compensação da morte em vida, o que então seria a morte de um grande amor?
como pode alguém querer pesar tamanhas coisas por comparação, quando cada uma apresenta sua própria medida?
e se a vida terminou em morte, onde termina o amor, que vive em ambas?
quem no mundo ou no céu pode me responder, se nem eu entendo o que pergunto?"
eu não sei
"se o amor é a compensação da morte em vida, o que então seria a morte de um grande amor?
como pode alguém querer pesar tamanhas coisas por comparação, quando cada uma apresenta sua própria medida?
e se a vida terminou em morte, onde termina o amor, que vive em ambas?
quem no mundo ou no céu pode me responder, se nem eu entendo o que pergunto?"
bauman
"Assim, não se pode aprender a amar, tal como não se pode aprender a morrer. E não se pode aprender a arte ilusória (inexistente, embora ardentemente desejada) de evitar suas garras e ficar fora de seu caminho. Chegado o momento, o amor e a morte atacarão - mas não se tem a mínima ideia de quando isso acontecerá ."
bauman
"Assim, não se pode aprender a amar, tal como não se pode aprender a morrer. E não se pode aprender a arte ilusória (inexistente, embora ardentemente desejada) de evitar suas garras e ficar fora de seu caminho. Chegado o momento, o amor e a morte atacarão - mas não se tem a mínima ideia de quando isso acontecerá ."
Rafael
me diga como pode o amor
aceitar tamanha despedida
assim, sem pedir nada
sem nada entender
apenas acenando com lágrimas nos olhos
para alguém que ainda tem nos braços
e no ultimo instante, sorrir,
sorrir como se a estrada não passasse de uma flor
que lentamente murcha
que lentamente morre
sem deixar de ser flor.
não me cabe entender o que Thiago viveu, não posso explicar pois não sei entender algo que nunca vivi. agradeço aos olhos da alma por ter sido testemunha, ainda que tardia, de tamanho amor. que Deus e todo amor daqui te acompanhe, Rafael :)
17.3.14
a linha vermelha crua
a linha vermelha pendurada entre as coxas
presa lá dentro por um fio de desejo
querendo apenas o toque
um cão dos infernos amarrado na outra ponta
late de dentro da barriga
ninguém se mexe
o sol nasce de novo
ninguém se mexe
o lençol de poeira
me cobre toda de história
assim que o olho se fecha
a garganta acende
um puxão nos pelos pretos
na esperança de puxar também o fio vermelho
meu amor, havia fogo, eu juro
não te chamei pra ver a lua
tinha fogo aqui na cama
não estou louca, mas se estiver
enlouqueça comigo também
veja o travesseiro em cinzas
vamos dormir abraçados
eu te costuro com meu fio vermelho
se você prometer gritar e puxar
escorre sangue do meu sexo
pinga no chão branco
eu deixo a marca da violência
a violência que é nascer mulher
e nunca ter gozado
apesar da linha vermelha crua.
necessário
a vida não basta, preciso sair daqui, sair dessa casa e dessa cidade antes que me veja transpirar para fora dessa pele.
anatomia
nasceu um olho na nuca
na mesma época em que os pés começaram a girar
para fora.
no começo era um filhote
via apenas meus cabelos
piscava no emaranhado de cilios
e se apertava num sorriso.
no primeiro choro, escorreu por toda as costas
até os pés, que encontravam-se
definitivamente
virados para trás.
um dia sumiu
pra dentro da cabeça
como quem cansa de ver e se enterra
nos pensamentos.
agora não posso chorar, ou corro o risco de aforgar-me em mim mesma.
16.3.14
hoje
água
areia
gente
carros
e, por fim,
eu.
a imensidão de uma casa vazia
num domingo de sorte
seis reais e noventa
cem
tavos.
se morasse sozinha, eu não saia daqui.
depois fugia de casa,
claro.
10.3.14
não são só R$0,90
cheguei no Shopping com tudo contado: tempo, dinheiro e cigarro. dai vou trocar um vestido por um sapato preto, e me cobram um real a mais. então tudo sai do eixo, o estacionamento vira caro demais, o tempo pra estudar curto demais, os cigarros se consomem enquanto sento num banco pensando "como é que vou sair daqui?"
me levanto calmamente, caminho até o casal mais próximo e educadamente solicito noventa centavos para completar os seis reais do estacionamento. "obrigada, ta aqui R$1,10 de troco".
mas não são só noventa centavos, é o cartão de crédito que não tenho mais, é o dinheiro contado sempre, é a bicicleta pra não pagar estacionamento, é a gasolina que acaba no meio da BR, são os amigos pagando minha comida, são essas situações inusitadas que me meto. noventa centavos é pouco, eu quero é pagar pra ver!
(a terceira noite)
ia num cruzeiro com a família e eis que senta na minha mesa; tia Louise.
"tia, tudo bom?" ela não lembra de mim "é Maria..."
"oi minha filha, tudo ótimo! e com você?"
"tia, antes de tudo, queria que a senhora soubesse que eu preferia que a senhora estivesse lá em Aspen junto com Deinha e tio Ernesto, e não aqui comigo"
eu não lembro o que acontece depois, sei que ambas choramos juntas e permanecemos ali, isoladas de quem amamos, num cruzeiro perdido no meio do mar.
"tia, obrigada por tudo viu? a senhora sempre me tratou muito bem e eu queria poder ajudar ainda..."
"não se preocupe, meu amor! nós vamos ficar bem"
e assim foi a terceira noite.
a quarta noite
na quarta noite, fomos para uma festa onde você cantava. não, não posso mais me referir a você como você, mas sim pelo nome. te cabes melhor no que és de verdade, andrea.
e logo em seguida, fiz um desejo, entrei pelos canos e apareci bonita do outro lado, assim como desejado. andrea apareceu junto com camila, era a milésima vez que a via cantar nos sábados daquele lugar. me perguntava como e porque eu sabia disso, e mais ainda, o que fazia eu lá? ela veio me cumprimentar e tascou-me um beijo. "cade maria luiza?" eu perguntei, meio atordoada ainda "acabamos no carnaval" respondeu Dea, assim como quem rasgou uma folha de papel e saiu ilesa. fiquei parada, com raiva, tentando entender pq merda ela tinha feito aquilo? "e da onde veio a idéia de que tu poderia me cumprimentar c um beijo?!" dai ela riu, e saiu dançando com camila. "ei, perae, tu acha q é assim é? vai beijar a puta que te pariu, me deixa em paz"
novamente encontro com Dea na festa, dessa vez conversamos. eu gostava de luiza, sabe? acho que ela fazia bem a Dea e tento entender de onde veio tudo isso. ela me explica com poucas palavras algumas coisas, e me sinto triste. logo em seguida estamos rolando pelo chão, beijadas e abraçadas.
depois vem a minha casa, a minha mãe e um aniversário surpresa. eu acordo novamente perdida, como se um foguete tivesse me abduzido de volta para minha própria cama.
i quit
eu me demiti do emprego inútil que era saber de andrea.
sai pela porta dos fundos, cabisbaixa e derrotada, levando na minha caixa uma eterna desculpa que jamais será nada mais que um pedido.
eu não podia mais continuar naquela direção, pois ali não tem rumo, nem prumo. ficou uma cadeira vazia com todo amor do mundo sentado, definhando de fome. que morra e vire esperança, ou algo melhor que eu.
não posso mais falar de amor sem falar de você.
e quem é você, afinal? ninguém. já foi gente por muito tempo, mas agora ficou so um lugar vazio que tento encher de palavras bonitas sobre memórias toscas. procura-se você. procura-se um amor pra pensar nos dias de chuva, como hoje. procura-se alguém que possa comer meus dias com dentes afiados, tornando minha existência mais curta e significativa. tenho saudades de quando amei, de quando me apaixonei. não tenho saudades das pessoas que amei, hoje parecem apenas veículos de transmissão de algo maior. e talvez tenha me apaixonado pela idéia do amor do que amado em si. tenho certeza de que com nathalia, foi assim. mas, ainda assim, foi bom, foi honesto, foi mágico. pra mim, isso sempre bastou.
mas e agora? não tem jeito, não me apaixono. saio, enrolo, canto, encanto. mas no final do dia, ou no meio do encontro, surge sempre a mesma pergunta "o que danado eu to fazendo aqui?" e ninguém é o suficiente pra respondê-la.
piera, piera... será que você, tão inusitadamente, chegou para ficar? pois tenho me mantido muito quieta esses dias, e você chega sempre com uma colher de pau para mexer os meus dias mórbidos em algo gostoso. e quantos clichês não quebrastes? toda tatuada, porém não bebe. caseira, amante da Itália e comedora de massa. sai com um menino, mas não me deixa quieta uma só noite. fotografa e psicóloga, a melhor combinação de gente que existe. sindrome do pânico. você também me deixa assustada. e assim, do nada, já me aparece com um jantar marcado onde eu, que não sou ninguém, devo cozinhar. mulher, você me conquistou pelo estômago, cabeça e peito.
no mais, os dias escorrem como as gotas de chuva na janela, lambendo a poeira que ficou de ontem.
9.3.14
me desculpe
me desculpe, mais uma vez. digo pois a necessidade de dizer ainda existe dentro de mim, e creio que sempre existirá. me desculpe por ter te traído, me desculpe por ter mentido, pelas vezes que bebi e tratei como um cão de rua. me desculpe por ter tirado todo o encanto que um dia você sentiu por mim e pela vida, me perdoe pelos sonhos que abortei. gostaria de poder gerar em meu ventre uma nova verdade para cobrir toda a nossa, mas eu não posso. me desculpe pelas vezes que te diminuí querendo ser maior, pelas vezes que impliquei a toa, pelos copos de cerveja vazios em cima de uma mesa triste e magoada. quando lembro da nossa viagem, me vem um vazio feliz. é exatamente assim que a memória me deixa, roendo uma capa de mentira de algo que foi uma tragédia. não sei se sou digna de teu perdão, mas ainda assim, me perdoa? me desculpe se choro ao te pedir desculpa, se nunca tentei melhor ou mais ou apenas tentei, ponto. sei que você não é uma pessoa perfeita, mas você foi perfeita no seu papel de amante e amiga, as vezes mãe e pai também. quero tanto teu perdão que venho sendo consumida pela falta dele, venho tentando calada ser alguém melhor para ninguém mesmo, ou para mim, na esperança de que isso seja retribuído ainda nessa vida. aprendi a te desejar a felicidade longe de mim, e por mais que as vezes ainda sinta muita falta e te deseje um pouco mais perto, me convenço de que nada mudaria; não há mais o que fazer, embora houvesse. não sou tão grande ao ponto de não te querer mais, ainda, mas estou crescendo. no mais, são apenas vontades moribundas. gostaria de ter conservado um gosto bom no teu sorriso, mas sinto que amarguei tuas lágrimas.
me desculpe se nunca terás a chance de me perdoar, nem de por os olhos nessas palavras molhadas, mas minha mao encontra-se em teu peito, com tudo que há de melhor em mente para você.
te amo muito
as mãos dos dias
não sei o que fazer com as mãos, não me solto na música, acendo um cigarro atras do outro tentando entender o mistério que é se levar uma vida externa. existir por tabela, numa única comparação a tudo. de volta aos dias de exílio num estrangeiro que não tem nome, numa terra sem terra, numa ilha de carne, osso e cérebro.
esses dias tem sido difíceis, quase inabitáveis.
8.3.14
na pior das hipóteses
julia escreveu uma mensagem linda pra rafael cospindo tudo que ela sentia.
eles acabaram...
mas ela tem um bom texto.
lets dance
não sei mais sair, não sei mais dançar, no no no, travou!
now im gonna put my red shoes on and dance alone, yeah
na segunda noite
caminhava pelo algo dos mortos, buscando a resposta de um crime que eu nem lembro mais, mas alguém havia feito algo de errado e eu devia satisfações ao chefe. eu amava meu chefe, eu queria que ele me amasse também. então fui sozinha pelo lado dos mortos, onde encontrei marcela voltando, so para descobrir que as mortes eram de mentira. me mandei dali e fui terminar o sanduíche dos meninos. em seguida, me mandei de vez, não lembro o motivo. sei que meu ônibus virou de tão vazio que estava, após descer um degrau muito alto. caminhei um pouco e logo vi um grupo de pessoas humildes, guiadas por um sábio, um padre, não sei. sentei junto a elas e, como se pudesse ver através de mim, uma delas me tocou dizendo "pode chorar aqui, viu? você tem muito choro ai". então chorei, chorei bastante, chorei muito. em seguida passa andrea e sarah com uma enfermeira do imip, que na verdade era nutricionista. por algum motivo, dea, que não é nem um pouco espiritual, parou e observou tudo que se passava ali naquele círculo. eu parei de chorar e sorri para ela, mas não conseguia dizer nada. ela não parecia ter raiva, pelo contrario, alguma coisa de muito empática emanava dela. o sábio nos convidou todas para ir a praia, e prontamente Sarah e eu começamos a nos despir. quando estava apenas de calcinha, eis que o sábio vira e pergunta "por que te despes para ir a praia?" envergonhada, voltei a me vestir pela metade, mas não o suficiente - sarah já havia corrido e eu segui logo atras. chegando à praia, um escorrego enorme onde se descia em pé. cheia de entusiasmo, eufórica, não tivemos dúvidas; desci todo o percurso longo, sem cair, exceto no final com um grande tchibum na água! olhei para cima e vi que o sábio descia lentamente pela escadas, rindo da minha vergonha que agora se instalava em meu rosto. desceu até nos e pediu que contássemos sobre nossas vidas, erros, acertos, o que quer que fosse. mais uma vez me espantei quando Dea começou a falar. e como eu chorei com o que ela disse, embora agora as palavras não venham a mente com exatidão, mas você disse algo assim:
"já tentei mais de uma vez consertar algo que não consegui, e isso me machucou muito. me machucaram muito também, no processo (então aqui você olhava pra mim e eu te pedia perdão com os olhos cheios de lágrimas). andei muito pra frente para esquecer o que queria deixar pra trás, mas me sinto enganada sempre, por mim mesma. a vontade que tenho é de voltar, de poder viver aquilo que deu errado. de dizer que eu perdoo tudo e quero ser feliz (novamente, os olhos)."
então eu acordei, feliz pela segunda noite consecutiva.
a noite do piano estuprado
aos poucos ele foi tirando cada parte da roupa de madeira, com delicadeza e intimidade, e as teclas apareciam nuas, claras, como se houvessem tirado toda pela da gente e tudo trabalhasse a olho nu.
mágica honesta mesmo.
touro no peito
"tu tem que soltar esse touro no peito, ele ta empacado... esse é o grande problema da lua em touro, tem mania de empacar em alguém e não sai mais. vai correr mundo menina, so te digo isso!"
7.3.14
1.3.14
ski bunda
que gostoso ouvir teu riso, parece o barulho que faz a chave no trinco da porta, o eco pela sala vazia, teu riso quicando em cada parede so de zombetagem, ouriça os pelos do braço e me faz abrir um sorriso também, mas sem rir, sem gargalhar, é tudo apenas uma memória de algo bom.
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