28.9.15

coisas q n d p n

i like to get high and think about the things I can't write
and I feel bad for myself
like being me was the worst option someone could pick


1. Eu tenho verdadeiras obsessões; no momento está sendo Kurt Cobain
2. Vivo constantemente atormentada pela ideia de que tenho algum transtorno de personalidade; no momento a possibilidade que mais me noia é o TPH
3. Faço sempre comparações involuntárias na minha cabeça
4. As vezes nao consigo dizer quem realmente sou nem o que quero
5. Sou sensível demais
6. A solidão me assusta

coisas q n d p n

i like to get high and think about the things I can't write
and I feel bad for myself
like being me was the worst option someone could pick


1. Eu tenho verdadeiras obsessões; no momento está sendo Kurt Cobain
2. Vivo constantemente atormentada pela ideia de que tenho algum transtorno de personalidade; no momento a possibilidade que mais me noia é o TPH
3. Faço sempre comparações involuntárias na minha cabeça
4. As vezes nao consigo dizer quem realmente sou nem o que quero
5. Sou sensível demais
6. A solidão me assusta

13.9.15

fu gia se

curvou-se, fez-se pequeno novamente, imaginou voltar ao antes de tudo, ao ventre materno. pensou-se tao pequeno que esqueceu dos outros, dos outros que o observavam achando que ali era mais um vergonhoso homem vulneravel. mas ele nao, ele queria de volta o tempo em que os outros nao importavam e que o corpo comportava mansamente o seu existir, sem muitas perguntas. mais que aos outros, fugia-se.

o anti-vida

sinto que deveria existir em mim um lugar para estes sentimentos 
sinto te dizer, mas nao me dou com tua ausencia. as horas titubeiam ao redor desse novo centro de ponteiros que virou teu rosto, o tempo passa lentamente como um veneno cravado no ar, angustiante, fina lamina cortando os minutos ao meio e separando-os em dois, em mais. como se fosse justo esperar. como se a solidao nao fosse suficientemente so, tendo que se-la sozinha de si tambem, tendo que se-la separada ate de mim que a sinto, restando apenas a tentativa inutil de aproximacao ao nada mais proximo. cade voce, meu amor? sera que alguem no mundo alem de mim mesma pertence a esse instante tao intensamente quanto eu agora? em algum lugar do mundo eu sei que voce existe, e esse é o unico pensamento no momento que me aterrisa de volta nessa cama deitada. sozinha sou menos que eu sozinha. 

cheguei aqui onde prometi nao voltar, aqui bem perto de alguem que nunca está tanto quanto gostaria que estivesse.

receitas

receita para o amor:

ame

sal a gosto




receita para o sucesso:

tente

erre

tente novamente



receita para a vinganca:

moa sentimentos

remoa os sentimentos

sirva frio


receitas

receita para o amor:

ame

sal a gosto




receita para o sucesso:

tente

erre

tente novamente



receita para a vinganca:

moa sentimentos

remoa os sentimentos

sirva frio


numa noite gelada de ausencia

corri dos teus bracos e me atirei no Pacifico gelado tentando me livrar dessa angustia, mas ja era tarde e entre um e outro grao de areia, meus pulmoes encharcavam de voce 

the heart is the loneliest muscle


 

I understood myself only after I destroyed myself.

 

And only in the process of fixing myself, did I know who I really was.

 

engoiando palavras

- e voce é o que de maria luiza?
e o que era eu, antes de ser o que quer que fosse para maria luiza, para nina, seria nina para ela, entao? mas ainda assim, usaria de uma referencia externa para me identificar e entao ser, e eu precisava nao ser espelho nesse momento. o que sou eu de maria luiza, sem se estender e sem muitas explicacoes, mas ainda assim, ainda tao resumida aquele vinculo que era apenas uma parte dos todos que eu era, era dificil dizer o que era eu, enquanto tentava saber quem era eu, de maria luiza. era amiga, mas era tambem algo mais, como o encontro do rio com o mar, que nao é rio nem mar e é estuario, agua salobra. pois era o amor posto num prisma, visto atraves de um cristal multifacetado, sendo amor de amiga, de amante, de mãe e de louco, nao havendo um carro chefe que levasse aos outros atras, todos enfileirados de maos dadas no meu peito e eu sem saber qual deles escolher para dizer "sou entao isso de maria luiza"

e maria luiza, que so para mim ja era tantas, imagina pra ela mesma pra todo mundo? nina, 

engoiando palavras

- e voce é o que de maria luiza?
e o que era eu, antes de ser o que quer que fosse para maria luiza, para nina, seria nina para ela, entao? mas ainda assim, usaria de uma referencia externa para me identificar e entao ser, e eu precisava nao ser espelho nesse momento. o que sou eu de maria luiza, sem se estender e sem muitas explicacoes, mas ainda assim, ainda tao resumida aquele vinculo que era apenas uma parte dos todos que eu era, era dificil dizer o que era eu, enquanto tentava saber quem era eu, de maria luiza. era amiga, mas era tambem algo mais, como o encontro do rio com o mar, que nao é rio nem mar e é estuario, agua salobra. pois era o amor posto num prisma, visto atraves de um cristal multifacetado, sendo amor de amiga, de amante, de mãe e de louco, nao havendo um carro chefe que levasse aos outros atras, todos enfileirados de maos dadas no meu peito e eu sem saber qual deles escolher para dizer "sou entao isso de maria luiza"

e maria luiza, que so para mim ja era tantas, imagina pra ela mesma pra todo mundo? nina, 

i wish i was like you

e é verdade, ela é louca. e o que é ser louca, afinal? sou normal apenas porque defini que ela é louca? esse adjetivo tao traicoeiro, entenda, um adjetivo deveria adicionar, como um ornamento, um relogio, um turbante exotico, deveria descrever, sem tirar nem por, no minimo. mas ela, ao dize-lo, "ela é louca", o que eu fazia na verdade era roubar-lhe o direito de ser ela mesma, de se reinventar, de errar outros erros e quem sabe ate, alegando tao veemente aquilo, estava tirando dela o direito de me amar, como se sendo louca fosse tudo que pudesse fazer, tudo que pudesse ser e seria. louca era eu, ladra ladra ladra, que usava meu veu para cobrir os outros e os meus dedos como gatilhos cheios de palavras que escavavam o mais bonito dela e ela, tao esperta, soube ser ainda mais linda a cada golpe que a destruia.

dig for fire

"sim", ela disse, e eu sentada as margens daquela afirmacao como um caozinho diante do muro das lamentacoes, querendo ver o outro lado e procurando e farejando loucamente o que havia por tras daquela imensa e solida palavra que nao queria ver, pq era isso q eu fazia, cavava e cavava as palavras ate que achasse o sentido que queria

all apologies

tudo na vida é uma distraçao, simples assim, algumas mais cativantes e naturais, outras simplesmente necessarias, como se viver fosse trair-se e então é preciso olhar para os lados. mas nao é. viver é a forma mais sutil de trair o tempo, é a busca de uma existencia mais fluida, e distrair-se nao é retornar ao estado de nao-traicao propria, mas trair-se melhor, afugentar-se do ato imediato e atento do vigia que observa a pessoa sendo, e a pessoa sou eu, e o vigia tambem, e voce é o meu dis mudo na frente do traidor que senta e observa a tudo com severidade impecável.

before my words

é tudo tao meu ate que se torna fala, entao é perdido: dado: empacado na boca sem querer sair ao mundo e ser: eu vi uma coruja branca, por exemplo, "uma coruja branca?" sim, tenho certez, "mas nao seria albina, entao?" nao, ainda tinha um resto de preto nos olhos, como uma formiga afogada no leite, "e nao era um passaro grande? branco?" me custa dizer as coisas para que acreditem, tendo que explicar ate a coruja branca que vi, quem dira apenas as coisas que pensei, que pensei ter visto pousadas em mim;

como uma semente entupida, sera que entopem? eu nao disse isso, eu apenas pensei, sim, uma semente entupida que cresce num diminuto dela mesma, pra dentro;

(um silencio escandalizante aqui, talvez o grito abafado da semente)

as três da manhã vc fica tão só que escuta as engrenagens do mundo girando

lembra daquele dia na beira do começo? voce nao sabia, nem eu, mas estava começando, e voce nem eu sabiamos tambem do que se findava ali; na beira; 

lembra? 
carreguei com orgulho minha colecao de erros ate ali, segurando bravamente o estandarte de fracassos que usava como pedras para atravessar um rio, pedras movediças, minhas pedras de maria segurando meu fracasso acima da linha da agua e nao deixando que atirem as pedras em mim, pois sao minhaas, e nada podem contra mim se anuncio antes o fracasso com glória, ó! ó! ó! 

nao deixe que a vida te leve, escandalizada pela tua ausencia, feito um cavalo montado por um fantasma, assombrado pela solidao da sela vazia, a sela turcica vazia,

atente à superficie; é la que te direi o que queres ouvir, ate que evapore no fogo dos outros e volte na chuva mansa para dentro d'àgua; 

a sela turcica vazia, pousa entao uma coruja branca

la fora é cheio demais e aqui dentro mal me cabe



the crunch


eu estava em crise, o pais estava em crise (crescente ou descrescente?), nao havia nada mais sensato que tatuar a palavra crise

needs correction

she had to keep heraelf distracted, whenever there was aomething her heart longed for, whenever she had to  get things done. not that she wished time to go faster, time was uncontralable as far as she kept track of it. the long pile of personal disasters had taught her the way to go through her life: by not paying enough attention, by looking the other eay so that her self destructive invisible hand wouldnt smash her dreams again.

10.9.15

10.09.15

It took a while to get home. Drifting through traffic was easier than getting through the solid silence that had installed itself on the backseat, an unwanted guest with no common sense. We had just left the movies downtown, Gaspar Noé's "Love", and I wished I could have been glued to seat and just leave tomorrow, or the day after, or whenever it felt right. But that just meant I would spend the rest of my life, no matter how long it would be, plastered in front of a screen in a small dark room somewhere. It didn't feel bad, I'm sure that's how it worked to a lot of folks out there. And now I was out there and my eyelids would never show me a good movie, as much as I closed them tight over my retina. 

habits



Yes, I loved her. And I knew she loved me. But that wasn't enough, when was that ever enough? Every time my heart was struck by that bolt it was only a matter of time until my brains could pick up the pieces and put them back together into something less, into something common. Love would be as ordinary and essential as brushing my teeth in the morning, cleaning my face with water from the tap. And then less. Like two trains stuck on the same tracks, heading over to somewhere safe that never came, never able to keep each other side by side. There is always more than one train in the track, but they have to keep a distance. A safety distance. I wish we were two wagons on the same piece, but cleaning the tartar from my teeth in the evening is far easier than thinking about these things, and even that sometimes isn't enough. Bacteria that crawl between the tiny cracks of solid calcium, teeth, the ones we use to grind all kinds of meat, including nails and upper lips, they have a way of running into the bloodstream and reaching the heart. Bad love habits, too, may kill you all of a sudden. I guess loving someone is indeed as falsely simple as keeping the cavities away.

“Let everything happen to you
Beauty and terror
Just keep going
No feeling is final”