come tuas negas, enfia cada um dos teus dedos nelas pensando em mim, o indicador que me apontou pela primeira vez onde tu morava, lá no fim dele tá a projeção da minha língua, estão minhas unhas roídas. e depois. olha pros pés com vontade de um cigarro, se convence que não, é apenas vontade e não um vicio, se convence que esse cheiro úmido na ponta dos dedos te salva de tudo que não está aqui, qualquer gosto é melhor que o azedo do refluxo ansioso passeando pela tua garganta.
elas gozam e isso te preenche, não é mesmo? elas gozam e você risca mais um traço na parede, elas gozam e é mais uma marca no corpo para contar a história de quando você estava bem.
nas festas, eu aponto pro meu peito e digo, rindo "é aqui que o amor vem pra morrer."
no banheiro, você escova o gosto de hoje com a minuciosidade de um criminoso, "preciso fazer espaco para um novo desapego"
e crava na gengiva um fio dental mentolado.
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