meu pai corre.
meu avô bebia.
algumas pessoas comem, outras fumam, outras choram.
eu escrevo.
não importa o que aconteça, não importa quantas vezes o mundo se acabe nem quantas vezes eu prenda o choro ou me decepcione com a vida, não importa quantas vezes eu me sinta feliz até não me sentir mais, quantas vezes eu ria até chorar, quantas vezes eu dance até a vida perder a graça, eu vou escrever, eu escrevo, é assim que eu choro, rio, falo comigo, me sinto leve.
escrever para mim é acender uma luz no meu escuro, é lutar em minha defesa, é tudo que sobrou em mim no final de um dia, tenha sido ele bom ou ruim.
eu não consigo simplesmente engolir as coisas que ficaram por ser, o tchau que não consegui dizer, o "me desculpe", o "você não tem esse direito", o "vamos com calma", o "tenho medo", o "me dá um beijo!"
eu chego em casa e todos eles ficam gritando na minha cabeça uma chance de serem, uma chancezinha por menor que seja de fazerem uma diferença no mundo, afinal quem sou eu para julgar o que é válido e o que merece ser guardado? tudo é válido, tudo faz a diferença, então dou-lhes uma segunda chance, escrevendo.
posso ser abandonada mil vezes, posso chegar no fundo do meu poço, e já cheguei só para encontrar uma folha de papel, ainda que eu escreva com sangue, lágrimas, batom;
escrever é tão seguro quanto a palavra de jesus cristo, quanto uma carteira de cigarros cheia, enquanto eu escrever, é seguro.
e isso ninguém me tira!
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