10.7.12

d day

então chega o dia em que você percebe a inutilidade do seu controle. o dia em que, após uma sequência de dias como esse, eu simplesmente me rendo às coisas que brotam de mim. e de repente, tudo que há lá fora parece distante e ilógico. de algum jeito, me fizeram acreditar que a minha forma de sentir o mundo não é socialmente aceita. então resolvi criar o meu próprio lugarzinho, onde não me marginalizo por pensar demais, onde não me dizem que eu pareço sentir mais do que os outros, onde eu sou meu próprio parâmetro de normalidade e...

e onde sentir sua falta é um ato bonito e isento de vergonha.

9.7.12

pelo que sei do amor, eu amei. eu amei do jeito que os livros contam, do jeito louco, imaturo, sem jeito. eu amei e amo, e talvez, vai saber, ame ainda.

i'm so shy, i have to forget about myself.

méxico

- i'm not that strong, sabe?
- eu sei. faz tempo que eu sei.

os sinais


you know i can read them, right? you know i look for them, that's why you leave them, right? you keep this imaginary leash around my neck, but it still suffocates me, in my head. it makes me so angry, leave me alone, leave me alone. are you there? please be there, i'm sorry... i don't know, maybe it's just me wanting you to think of me.

29.3.12

28.03.2012



(várias horas do mesmo dia, na minha cabeça, no meu peito.)

eu deveria estar estudando. deveria estar pensando no futuro, na frente. mas meu pescoço nasceu virado ao contrário, cada vez me convenço mais disso. meus olhos desenvolveram-se emborcados para dentro. não há nada na minha vista além de mim mesma, olhando para trás. 
luto contra a vontade de ceder todos os dias. a vontade de chorar quando, do nada, me brotam as lágrimas nos olhos. luto contra mim mesma, e isso me soa idiota. perco sempre que ganho mais do que perderia me rendendo, me entregando às coisas que brotam em mim tão anturalmente. por que não sei vive-las? por que devo repeti-las silenciosamente todos os dias, meu pequeno ritual de vida, sempre quase, sempre nunca. são tantas as pessoas que vivem suas vidas como se não houvesse perguntas, como se não existisse outra opção a não ser vivê-la da forma que ela se apresenta. por um motivo único, não sei encaixar-me na minha; sou eu quem a possuo. essa relação de posse não passa de mera ilusão, triste ilusão. de forma alguma tenho a minha vida, jamais poderia. ser como o ladrão que rouba mais do que aguenta, deixando cair no chão pedaços do que julga ser seu. com que peito ouso dizer que sou dona de algo que nem eu mesma consigo comportar? não, eu sei; sou dela. e ainda assim, não cedo.
tenho apenas um corpo onde deus plantou uma alma dessas, assim, para que não ficasse oco. não passo de uma tijela de carne tentando se manter limpa nas bordas, inteira. e ouso pensar às vezes que sou também o conteúdo. eu, de carne, acho que tenho fome. eu, oca, acho que posso sentir.
são os olhos virados para dentro, sempre soube. mas ainda não sei falar com autoridade sobre eles. estão olhando.

sentir a falta de alguém. como pode acontecer de se sentir algo que não está? como uma energia estática que permanece no ar depois do último som, e logo se respira para dentro para então perceber que já não se é mais a mesma. se pudéssemos colorir os momentos, talvez veria com mais clareza o que tento dizer. tem algo que fica ali sim, quando o outro se vai. uma coisa que não é preta, nem azul, nem nenhuma das cores visíveis. uma espécie de mancha transparente num rosto, onde não cabe a lembrança nem a realidade. abre-se um portal entre o tempo e o espaço. abre-se um vazio, mas vazio é uma palavra sensata, e logo não cabe para descrever. é preciso ter coração. é preciso ter sentidos. é preciso ter perdido um pouco da razão. é preciso um momento de transcedência, onde um corpo se retira e um outro o deseja presente, tão intensamente, de forma tão visceral, que prevalece o irracional; tudo fica suspenso, a lei da gravidade cai ao chão, a trapaça física. num mesmo espaço, por força de nada mais que um forte instinto de querer, ocupam-se duas massas. contam-se dois tempos. cabem duas vontades. e quem parte, parte. e quem fica, vence.

é o dia. quero que seja o dia. assim posso limitar essa angústia a um espaço de tempo, e esperar tranquila. quero acreditar que de meia noite tudo vai passar, assim como de meia noite, tudo veio. isso me acalma, por enquanto. poderei acordar amanhã tranquila novamente, sem essa raiva, sem esse orgulho. fui sincera comigo, hoje é meu aniversário e acho que mereço aliviar esse peso um pouco. ceder um pouco. com essa raiva, com esse orgulho. o dia é só uma desculpa para me usar ao avesso. mas por que sou sempre tão rasa ao enterrar meus mortos? 

i knew you had left for good. you told me it was just a matter of time, but i think that already at that time i had had enough of waiting and wanting. see, you were still here even though you had moved on. and i still kept asking myself "when am i letting you go?" then i realized it was not about you leaving anymore, you hadn't looked back. it was me, i hadn't moved since then; i was still here thinking about myself thinking of you. so i decided to change my question; "when am i letting myself go?"

essa data sempre me lembrava reencontros, e hoje eu tinha esperança de que, talvez, poderia reabrir velhas portas. mas a expectativa se realizou em abraços e não se desfez em sorrisos, tudo estava e não estava ali. termino dia agora com esse relato honesto, satisfeito, abrindo e fechando velhas feridas. engraçado como aniversário sempre termina sendo uma surpresa. stefanie, que eu nem imaginava lembrar, me ligou toda feliz contando que nunca esqueceu meu aniversário. e eu, ao desligar, percebi que nem lembrava quando era o dela. mensagens simples de pessoas que não precisavam ter feito o mínimo esforço, mas doaram seu tempo e carinho só para lembrar que não esqueceram. marcela, nathalia… ligações tensas, frio na barriga, garganta presa, alívio. carol, como sempre esquecida, me faz rir alegre sabendo que ela vai lembrar angustiada e besta, pois não há raiva. é a carol que eu amo. e andrea, sempre andrea. a certeza de que ouviria sua voz, a conversa longa e íntima, as piadas não mudaram, as farpas no carinho. a vontade implícita, o medo de sentir algo singularmente. mas eu não podia mentir para mim no dia em que nasci. "falar contigo em da saudade. um beijo" "é sempre bom falar cntg (: DOIS beijos kkkk" "não é a mesma coisa, mas tudo bem. não quis te deixar sem jeito, beijo :)" "oxe que nada. fiquei sem jeito não (: beijo" a confirmação de que estava só num sentimento que realmente já passou, a consciência de que não deveria maisestar ali, junto com o orgulho de mim mesma por ter sido fiel, por ter tido a coragem de dar minha cara ao vento, e a raiva por ter me doado assim de forma tão vã. tudo bem, quantos dias não havia me segurado, pouco e muito, para não soltar uma frase dessas assim ao vento? e as vezes que pensei em pichar um muro esperando que você passasse e visse? as mensagens explícitas que soltava nas águas virtuais do computador esperando que, por alguma coincidência, você viesse a ler? eu podia mentir para todos o ano inteiro, e não acho que tenha sido o caso. você foi e voltou, e isso que me assusta. a forma como você volta com tudo depois de tanta certeza de que me livrei. mas mentir hoje, para quem quer que fosse, especialmente para mim, seria como negar a minha vida inteira. ainda sinto saudade, ainda vejo esse rosto no meio do meu peito doendo e continuo querendo conversar com as sombras que vivem comigo, ainda que elas não respondam. é extrema o tamanho da falta, mas eu não sei medi-la. posso apenas dizer que é grande o suficiente para não caber em nada. mas tudo bem se isso for algo só meu. deletei meu facebook para não ser lembrada, para testar, de certa forma, quem tinha a mim realmente dentro de si. descobri, de forma bonita, que ser esquecido não assusta. o que teme mesmo é o apego que se cria à vaidade fútil de ser lembrada. literalmente hoje, aprendi que me angustiava muito mais esse sentimento carente. termino o dia com essas palavras, sem saber direito ainda como vou me acordar amanhã. e ainda que me restem mais 25mins de maria, prefiro me silenciar por agora, deitar na cama, ruminar os pensamentos ou dormir. eu não sei.