26.6.17

you are shark bait
a drop of blood and I'm the sea
And love, oh love is a hungry tiger
That can't swim 

home was never a place
just a face to fear


25.6.17

left behind

whatever you say
just sounds like something that we used to feel
what is love? what is creation?
i cannot despise myself
because I no longer care
I was always so good at being the victim
Waiting for your plot like a lapdog
Strolling around just to see what is
That I never wanted to miss a breath you took

Needless to complain
It's your fault that I'm doomed
Because if there wasn't you than there would not be me
And I would hang around waiting
Or hang myself

bees

needless to say
I should know more by now
than just to taste the honey for the sting


run to the sea

tanta gente que não sabe cuidar,
tanta gente que não deixa ser amado,
tanta gente que só quer alguém
para apontar o dedo sujo da própria doença
como se fosse bonito quebrar o sorriso

não é justo, meu bem, você sempre disse com tanta certeza
embora fosse errado o que você dizia
sobre a dor de quem carrega na caixa torácica
essa loucura que é sentir demais

corri até o rio e ele queimava vermelho
então corri até o mar que me abraçou e disse
tudo que é imenso tem o seu mistério
mas nem eu posso preencher esse teu peito sedento
que tantas histórias já engoliu
da superfície até o fundo, você foi junto em cada descida
voltava sempre só, perdia sempre uma vida
e era sempre a tua

feelings come, feelings go

eu passo por você como um sopro frio que te faz levantar a gola da camisa e seguir em frente pois o futuro é logo ali na esquina atras de dois tragos de um camel azul
o futuro é sempre uma pequena derrota que cantaremos com vozes roucas,
os dias fogem à galope descompensados
eu tenho tanto medo de te perder e eu tenho tanto medo de você,
e eu te amo do meu jeito explosivo que ninguém procura entender
mas que buscam sempre nas noites de frio



parece sono mas é só tristeza,
a mesma que escorre dos rios para o mar e ninguém segura
eu sinto tanta falta das coisas que nunca tive
como uma casa na praia e o teu amor


meu bem, roda a chave mais uma vez
você não dorme com medo com medo do escuro
e eu não durmo com medo de você

são as janelas que assistimos que falam demais da violência
e pouco do amor
sem perceber que a diferença é quase nada

meu bem, todo mal que fizemos logo, logo vai passar
será lembrado como um gosto doce no fim do engasgo,
no meio da ilha,
a lembrança do que foi é sempre mais bonita
do que os barcos que naufragamos 

19.6.17

o que é justo


Quando penso no que é justo, imagino uma roupa apertada que me dificulta o movimento. Me vem à mente uma ruela estreita, quase uma brecha, pela qual preciso passar. Penso no amor, esse pequeno fiapo de arame que me talha o peito e delimita minha respiração a pequenos suspiros.

(E você me disse que nada disso era justo comigo.)

Quando penso no que é justo, percebo que sinto-me claustrofóbica. O justo, em termos de justiça, do honesto, sei que a muito pouco do que existe se aplica. Já a angústia, o aperto, a mão invisível, esses me colam a pele com tamanha precisão que sim, me encurralam com o mais tangível dos sinônimos: é mais do que justo, é justaposto.

(Então o ciclo girassol, passatempo, maltratar, pontapé - culminando em mais uma tentativa frustrada de separar cirurgicamente o que é de cada um.)

Estamos diante do impasse de nossas interpretações do que é justo, meu amor. Ou seria mais justo dizer que estamos diante do impasse de nossas interpretações do amor?
Pesquise então o que é justaposição, e aí talvez tenhamos uma trégua:
Para você, a circunstância irremediável em que duas coisas estão unidas de maneira que nada as separem (nada, meu bem, nem mesmo o que deixamos de ser para que pudéssemos assumir essa posição).
Pra mim; a forma como os corpos inorgânicos humildemente acumulam suas camadas de erros.

5.6.17

sorriremos diante das incertezas, sabendo no fundo que certeza há sempre: tudo será varrido pelo tempo.
o tempo lambe as feridas com a dedicação de um cão amigo, passa sua língua estéril nas mais podres mágoas,
lambe lambe
e vai embora passando feito velhos cinicos 
só mais uma, eu digo para mim mesma, só mais um cigarro e tudo isso evaporará tambem
meu peito, esse caixao de coisa viva é quase cama, não fosse todo presságio que denuncia.
o silêncio disseca o tempo em camadas e camadas de irreparáveis dias, em brutos rompantes do mais puro e absoluto nada, uma gaveta gigante e vazia que nos guarda como relicários num templo visitado apenas pelos olhos,
dizei uma só palavra e serei alvo

4.6.17

life is a museum of unnatural disasters and our bodies stand as objects and appreciators.
não há mensagem nem presságio de mensagens, não há costela, nem Adão, nem Eva.

a solidão é um tapete encharcado de água enquanto tudo ao redor arde em chamas azuis,


o meu corpo não reage, não de levanta, apenas se cobre nesse manto líquido, deitado,
as mãos nervosas passeiam sem qualquer reflexo por onde passam,
no rio sexo entre as coxas não há faísca nem a ideia de uma faísca,


os olhos queimam de insônia.