5.12.16

ralo

a gente entra na mar e o mar entra na gente, e é assim em tudo na vida: a gente entra na própria casa e ela, de volta, invade a gente, como se o que houvesse em nó fosse sempre denso demais e precisasse ser diluido pelos arredores. mas não, a gente é fraco.e cai no buraco, escorre no ralo, tão ralo que mal deixa traco quando evapora. a gente não consegue segurar o muro entre nós e eles.

21.11.16

lá, tento

eu queria que alguém entendesse para que pudesse me explicar, mas  mesmo se eu dissesse, ninguém teria entendido. seria o meu destino esse de incompreender-me calada?

há um grito contido, mudo e agudo, em todas as coisas que vejo, um momento entre uma e outra batida no peito tão pequeno e tão constante, desapercebido, como uma outra vida entre essa daqui, uma que só eu vivo.

as vezes perco o fôlego.

as vezes respiro compulsoriamente.

latento.

16.11.16

tem dia que tudo parece um segredo que eu não sei. mas ai voce tem que ir la pra descobrir, la fora, sabe? isso é viver, ele responde. sinto tanta falta tua em pé, na bancada manchada de marcas de patas marrons, voce ali tomando seu cha e o rabo balancado de alegria, o rabo de benjamin, claro. meu amigo eu posso te chamar de amigo pois voce ja me viu morta e viva, que saudade dos tempos em que dancavamos ao meio de almofadas indianas xinfrins e cinzas de desconhecidos, na sala da tua casa com teus pais que dormiam ao lado, cegos de medo. 

7.11.16

atiraste uma pedra

"Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra."



3.11.16

boo

every love story is a ghost story

girl under you

sea of light,
sea of light,
like a helicopter chase
spotlight blinding your way






31.10.16

homesick

i want to go home, where is it
i want to go home, alone

26.10.16

battle of egos

the last one standing with a beating heart, wins.

23.10.16

leila's sonho

minha mãe sonhou que eu tava gravida
"mamãe, to gravida e não sei o que fazer"
"traz pra cá que a gente cuida"
e ela disse que nunca tinha sonhado com isso
e disse que acordou tão triste quando viu que era só um sonho

gente se eu aparecer gravida por aí não será mera coincidência ok?

ill be looking through your eyes

All my goodness
(I'll be looking through your eyes)
(I'll be looking through your eyes)
All my goodness to show
(Why are you so far from saving me?)
(Why are you so far from saving me?)

22.10.16

(never again)

somos tanto das coisas que morreram, num processo de constante reciclagem; você me enterra morta lá no fundo, e aos poucos vou arrumando outra forma de viver, desintegrando-me no interstício de você, deixando ir o que tiver que ir, se algum dia te menti, já foi embora, se te machuquei, foi embora, foi embora porque morreu, e aos poucos o que sobrou de bom, porque sempre sobra meu amor, é só questão de separar bem o lixo, aos poucos vai sendo reabsorvido pela tua pele que já não me estranha tanto, lentamente jogada nas correntes que circulam por ti, passeando, passeando, até que um dia me veja de volta a superfície, talvez numa qualidade que adquiriste, talvez numa simples gota de suor, não importa tanto, seja qualidade ou simples gota, você vai se olhar num reflexo de qualquer coisa e o susto será um sorriso, e um leve toque sobre mim, seja eu o que for, você vai sorrir sabendo que sou eu, e partirei esperando a próxima vez, se é que haverá uma próxima vez, não sei quanto de bom ainda resta em mim para ser usado, mas meu amor, como você fica linda em tons de saudade, como eu te fiz melhor que a mim mesma...

play as you go mobile phone

sempre achei que eu ia ser a loca da turma mas
olhando bem
tem piores

barcelona pt 1

three days on the couch drinking
and i took that plane to meet you up in barcelona
three hours with the seat belts fastened
it took me all i had,

took the metro,
you wouldnt tell me your address,
but i had to see you,
took a nap
at the benches of miros park

i had fifty euros and nowhere to go
i had fifty euros and all the courage in the world
but you were sorry
and busy

sixteen hour bus ride home
with the tickets you bought me
sixteen hour bus ride home
limping back with nothing to say


20.10.16

baby

i miss cigarettes more than i miss u

19.10.16

hey dr strangeluv

looking everywhere i see nothing but people

NO FEELING IS FINAL

“Let everything happen to you
Beauty and terror
Just keep going
No feeling is final”

llll

acredito que não há vida sem um protagonista,


em dias assim eu tenho tanto medo, tanto medo,
a vida na rua parece um segredo
que eu não sei
em dias assim eu não sei, eu não sei
só lembro que você saberia
como é não saber

e porque vc nao despela as mentiras e olha pra mim e me vê
olha pra mim e me vê

eu sei o quanto você se odeia
pelo jeito que você olha pra mim e se vê
olha pra mim e se vê


a porta disse
volta
eu disse cala a boca
e bati

a boca disse
volta
e eu bati
e bati

tree of life

your love
it fucking hurts me,
corrupts me,
but i come from the seeds
from the root
of a tree so big
way before you were born

you're probably breathing air i made and you dont even know it


the tick of my heart is a countdown

time bomb

the heart is the most dangerous muscle
the heart is the most unreliable muscle
unpredictable muscle
the tick of my heart is a countdown


and when everything explodes i hope to catch a glance of your arm flying in the air


no CPR, please
when my time comes rememeber no CPR please
dont try too hard
its not worth it
the heart is the loneliest muscle
because nobody wants it



it's a long way,

it's always a long way
for people like you and me

a mala vai embora leve, mas não vazia
(mas ainda tenho a mão que carrega a mala, você joga suas mágoas fora mas volta com as mesmas mãos)

elas não param nunca, elas não esquecem.

15.10.16

wasteland

so many lies, so many lies,
capture them, burn them,
but please dont you wear them too
it breaks my heart


cant you see what you've done to my heart?
its just a wasteland now
cant you see what you've done to my heart?
its just a wasteland now

14.10.16

"she was too wild"

ok you said goodbye,
im just saying that im still saying
goodbye
too

maria, the problem is that you feel too much

well, nobody said a thing when everything was on fire

...

i dont want to love less
just maybe share it better

just some more things
to love
to buy
to remind us gently
of everything thats missing
like bread,
water
&

anti acids
(too many heartburns lately)



- ive heard crazy people tell stories about other crazy folks as if they didnt realize they had one or two screws missing themselves,  blind shit -


heartland
why cant i just describe to you the things i feel everyday,
the thoughts i think everyday,
the pills i take everyday,
i have everything,
like, i had everything,
and i wasnt happy baby
never
baby


- people on the street walk at their own pace and for the hurried, time is a battle -

nothings gonna hurt you baby

mommas got all your fears in a jar

nonsense

wish I didnt have any feelings so I could hear you better
these sweaty palms
got them looking like springs the day i got hand tattoos
dripping
sweat-staining everything
the prints of fear
like a trail of paws left by the tiger
that sleeps behind your ears and whispers
"you're not gonna make it"
every
morning


but you know better, you can tell when they're in the zone
you got the best highs and you know it
and they know it
and everybody knows everybody
and everybody knows everything
you can almost see their faces waking up tomorrow, alarm clocks, cafeine,
avoid the mirror,
avoid the mirror,
car, manhole,
you wish youre super mario
you hope for the end of this level,
avoidance and sleeping pills
so you

-

radio static
alarm clock

13.10.16

easy

senile skies
white and constantly seeming as about to fall
down
but
not enough to forget

city bones are too weak
and I've been treading hard
forgive me i was lost but now it seems i found the way
is it jesus or waze?

these days they really make you wonder
who's inside this white skull
who's behind that white wall

looking for a manhole in this mind of mine
swear I saw your face on the ground
right next to a dime

easy,
brain, heart, lungs
and your 72% of water just iced
easy,
remember to forget
the heart is the loneliest muscle
barb breathing

history is so old
I'm glad it doesn't have a skin


12.10.16

too late

yeah life's full of shit and most days are repetitions of worse versions of yesterday
but i can't help but feel sometimes I'm having one of the best days of my life
and I won't know it til it's gone

like a bullet it just goes right through you


11.10.16

if you hold a stone

segurei uma pedra e fiz um talismã
porque ali precisava de fé
aleijei-me de tudo que não estava
manquei, fez falta um joelho para andar,
aprendi a voar, deixei de ver e aprendi a enxergar,
maria, quando o aço caiu do céu como pequenos cometas de haxixe
tudo ao teu redor se destruiu menos você
e você era a única que rezava pra ser alvo
de uma nova história qualquer

na distância que fiz, regando a vapor um conjunto de pedras, regando de água e sal uma planta, criei um deserto e chamei de cama,
depois, no chão rachado, desenhei duas mãos e chamei de cuidado,
e de tão mal pensado, nunca ninguém se aproximou
pensando sempre que era um aviso
e só era amor.

depois da festa a gente volta pra casa e aleijo-me novamente, as 3:30 da manhã, fazendo um chá na cozinha pra Caetano cantar pra mim,
e a pele derreteu
depois caiu
e da carne branca nasceu outra carne
que eu chamei de maria, assim baixinho, quase sussurrando
porque para os outros era um acidente
e pra mim era eu.



destruir não é o mesmo que derrubar para refazer
nasceu uma asa 

10.10.16

my king

love is never love when it's new, pure and clean
before the red eyes
the purple wrists
peel-off skin


love before the storm is a law
and whatever lasts after the biting and chewing and intimate destruction
bowels ripped
swollen sockets
after the things you swore you would never do
that, my queen, is the choice that deserves the crown
and everything before is the sleeping pill before surgery,

never flowers at the recovery room.

4.10.16

lead poisoning

you taste metallic
your abdominal pain
your chronic fatigue
you came in through the water pipes and i've been sick since


your heavy presence
you're lead poisoning me
and we know it

3.10.16

a lembrança

que acorda a cárie, que acorda a artrite,
que dói

a handshake of carbon monoxide

no alarms and no surprises please

thin eyelids

two hundred and seven thumbs up, two hundred and seven hands crashing against each other just to let you know how much appreciated you are, we love you,
in your dreams the spotlight follows you around the kitchen, to the shower, in the backseat, in your dreams you are blinded by light and we love you,

and every wall is made of a succession of open windows and doors that always have someone to announce, you are never alone, you are never forgotten, everybody wants your opinion before changing the clothes of the plastic mannequin,


eyes covered by a skin too thin, the eye has to breath through useless plumber eyelids
it's all we get at night


2.10.16

asylum

it was a moment where you remembered everything at once, it was as if your heart was like a headphone in the ears of a deaf old lady who's got alzheimer, the notes played a picture where yoou got stabbed by love,
twice in the chest and one in the guts, iridescent bruises, a headstand and then a dive back into dank forgetfulness,
the hand had five fingers and three popped veins, a plastic catheter, bandages and red meant things were in the wrong position,
grey curtains and then too much light, darkness and then bliss, grey curtains bleached by too many discussions where you had reason but you were never happy.

blonde girls

and you, you thought i would die
but all i did was walk away
enjoy the shadow of another day
drink from an empty glass of memories

and you, you thought i would dehydrate
from all the tears i wept in rage
i told you all about the room where
i kept the facts that never happened

i told you so many times about how many times i had survived that i bet you bet it was a lie

29.9.16

Fri 02:08

to ouvindo música há 12h
esse vento podre n pode mais me infectar
eu to tomando antibiotico
a vida normal é bem distante do que te venderam

28.9.16

love

few things in the world will capture you just to let you go unharmed

26.9.16

o meu amor é o teu cavalo
e o teu amor é o meu açoite

eu não sou o teu amor


weird bits

i'd rather dissolve than be ignored by you, you uttered before vomiting by the sink, all the things that were inside you coming out at once, the words, the pieces of left over pasta you had for dinner, the love, oh the love... 

19.9.16

brand new start

There were two things I should have said at the time, but I didn't. The first one was "I am sorry, let's start over" and the second one was "fuck you".

15.9.16

cerveja, gala, fumaça

a solidão é uma coisa muito grande velho, e a gente engole todo tipo de coisa pra não ser engolida por ela.

13.9.16

i am here to return this calendar, it is broken, the days are dilated, 

true love wails

this is the story of how the wings grew and we couldn't fly out of fear, this is the story that came crawling out of your throat on a feverish night,
here are the details we promised never to tell each other again, but they have outgrown me, so this is also the chronics of defeat

you were bleeding through your legs and i said "let me take a picture of this" and you said it was ok, as long as it never made part of our novel, furthermore we would bleed so much none of us could speak again,
there was a loose tooth on one of the pages, there were people on the street proclaiming holy words and all i could think of was the memory of me naked on your damp bathroom floor, the windows so far i could swear death was a myth, and yet

death came to us on a tuesday afternoon, like bills swept under the door, when i asked you "what time is it?" and you were too busy to answer, and the shaky hands of the clock shrieked in dizziness, and every fifteen minutes the church bells would ring, the king is dead, the king is dead, true love wails through the walls, bouncing off my chest like a firework accident.

oblivion

it is not to forget, it is not to stop memories from coming to the surface of your coffee in the morning, it is not to successfully avoid, not to bury in a distant soil
because when you bury, there are still the left overs to rot and be found
when you avoid, there is still the cold wind behind carefully closed, hermetically sealed doors

i forgot how to write my name so i could no longer remember yours, since we shared some of that, and yet

oblivion didn't come.

i drowned my sorrows in the pacific, i cleaned my body with boiling bleach, you could never find yourself in here anymore, and yet

eventually the land moves and nobody knows why, it makes me  believe earthquakes are the bodies of the dead shaking off forgetfulness.

last time i saw richard

come tuas negas, enfia cada um dos teus dedos nelas pensando em mim, o indicador que me apontou pela primeira vez onde tu morava, lá no fim dele tá a projeção da minha língua, estão minhas unhas roídas. e depois. olha pros pés com vontade de um cigarro, se convence que não, é apenas vontade e não um vicio, se convence que esse cheiro úmido na ponta dos dedos te salva de tudo que não está aqui, qualquer gosto é melhor que o azedo do refluxo ansioso passeando pela tua garganta.

elas gozam e isso te preenche, não é mesmo? elas gozam e você risca mais um traço na parede, elas gozam e é mais uma marca no corpo para contar a história de quando você estava bem. 

nas festas, eu aponto pro meu peito e digo, rindo "é aqui que o amor vem pra morrer."

no banheiro, você escova o gosto de hoje com a minuciosidade de um criminoso, "preciso fazer espaco para um novo desapego"
e crava na gengiva um fio dental mentolado.

31.8.16

weeper

i
you were three, asleep in your single aunties room. the last thing you remember was your fathers voice lullabing your way to dreams. the absence of people made you wake in a rush and for the first time you realized how sensible you were to loneliness.


ii
you were fourteen, the way he touched seemed inappropriate but it was better than waking up feeling three again.


iii
you were five, you let go off your drivers hand and ran towards an iridescent plastic bag, you grabbed it because it reminded you of the truth.


iv
you were never nineteen because absenteeism grew bigger than your body.


v
am i 26? in every social interaction, they ask me what do you do for a living
                     
                       (i keep thinking about this new word i learned)
i am a doctor
                       (weeper)

30.8.16

for the too-touched

your cup like hands reaching to my milkless breasts,
i could feel the insides of my body making themselves smaller, avoiding the skin, avoiding your uninvited presence on the surface of me

mother said daddy loved me so much that would always be his girl,
And what about you mama?
I got mass to attend

now be a nice girl and serve him some of your chicken breast stew

14.6.16

fearless

You pick the place and I'll choose the time
And I'll climb
The hill in my own way
just wait a while, for the right day
And as I rise above the treeline and the clouds
I lookYou pick the place and I'll choose the time
And I'll climb
The hill in my own way
just wait a while, for the right day
And as I rise above the treeline and the clouds
I look down hear the sound of the things you said today down hear the sound of the things you said today

15.5.16

quem puder doar uma lata de leite ou fraldas

13.5.16

olho molhado

milo est né le 10 mai a 5:33 :)

12.5.16

um dia pesado no trabalho, muita gente morrendo como os vivos costumam fazer, muita gente muda e mutilada e sem amor ou com amor demais, e você absorta em uma perspectiva alheia, distante do imediatismo de todo aquele drama, desejando apenas o fim do expediente e um role até o paiva, vidro abaixado e o barulho de vento no ouvido, uma tentativa de me sentir em algum lugar remotamente seguro e distante daqui.

boa noite, qual o posto mais próximo?

em gaibu, moça. 

(beleza, deve dar até gaibu, pode ser que não de mas acho que vai dar, eu vou)

::gaibu::

velho, fudeu, o posto tá fechado

q q tem?

q q tem q não tem gasolina pra voltar, apenas

oxe como assim????

eu perguntei lá na entrada do Paiva qual era o posto mais próximo e me disseram gaibu, 

THIS ISALL CRAP I HOPE YOU DIE FOREVER
já nem lembro o que ia falar, foi uma noite boa apesar de te-la passado quase que inteiramente em minha própria cabeça onde não havia ninguém e o meu próprio diálogo interno era mais interessante que qualquer outro som emitido nesse universo de kikikis e prrrrrs. 

coming thru in waves

um longo silêncio e depois, muito depois, sua voz de nascença, aquela que não sabe falar, que chora pelas necessidades e que caga sem controle. 
a voz que você escuta agora não é a minha voz de falar, mas a voz da minha consciência primitiva liberta da obrigação de ter que se expressar. se você não quer saber, não pergunte e não leia. não há nada no mundo que me acalme, me anime e decepcione quanto poder ouvir claramente meus desejos irrefreáveis, sem a censura idiota dos outros. confie em mim, não há nada a almejar para querer sentir o sublime som de suas próprias palavras; seria muito mais uma desconstrução minuciosa de toda merda extra e supérflua que foi anexada à sua pessoa original, como acessórios e efeitos musicais indispensáveis que abafam o barulho de fome num estômago faminto.
my bones are shaking under so much destruction, why dont they ever crack for everybodys sake?

ainda outro ceu de chumbo, as magoas flutuam em exaustivas remadas mas não morrem. numa era onde quase todos enxergam apenas a si próprios ou as falsas projeções de si mesmos, respiro aliviada por não ser vista e fecho os olhos para encarar sozinha a constatação do escuro: sou uma pequena mulher confusa e sem sentido, sem grandes ambições devido a minha incompetente mãe que gerou mais um ser sem talento nesse planeta já abarrotado de pessoas comuns. não há nada mais medíocre que caber em si mesmo. e de que adianta os remédios? para tornar mais suportável essa vida medíocre a qual estou fadada. um emprego comum numa área financeiramente estável, um carro que leva e trás sempre à lugares dos quais me arrependo ter ido, uma casa própria onde como meus dedos compulsivamente esperando o fim da solidão, bem independente, não? humildade. paciencia. resiliência. virtudes hilárias e entediantes, o mais novo desafio de uma geração que gasta seus dias tentando ser melhores quando seriam muito melhores se fossem apenas quem são, sem tanto yoga, sem tanto inibidor seletivo de recaptacao da serotonina, sem tanta aversão ao drama inevitável que é acordar e constar sua própria existência fudida, mais uma vez.
clean sheets for dirty lovers

some people

no matter where they look, they can only see themselves

10.5.16

requiem for my heart

há dias e dias e parecia que tinham calado uma das vozes da minha cabeça, aquela vozinha irritante que questiona tudo e te bota pra baixo baixo baixo like radio static and i cant write from all the noise

1.5.16

dont listen to the static
chove, chove, chove e é meu ultimo cigarro. im so fuckin high right now & i got huge boobssss

theres this jazz music playing on the background of my mind
há cinco dias não cago, dont give a shit, literalmente e não literal. um cigarro pra esquecer 
people mutilated by love or no love.

dissociação, falta de amor próprio, raiva, raiva, mutilação, mais amor, outro corpo, mesma raiva mesma raiva

5.4.16


I’m so scared because you’re closer to me than my own skin - that’s how much you’re a part of me, Rico. 
amar é matar uma barata, as duas e trinta e seis da manhã, ajoelhada numa dispensa. 

the zolans

charlie
anna

the most peaceful family

1.4.16

like i swallowed an empty pill and it just burst open inside my stomach, spilling emptiness all over.

31.3.16

i hatched this moment for too long
delayed in wasted time
I asked myself:
where are my legs?
at the tip of your tongue
like bitten fingernails
and when no one was around
I asked myself:
who am I?
it suffices to say
I am a fully grown doubt
what time will you be back?
no answer is final

vanessa ❤️

"im sleeping with my hypnotherapist"

28.3.16

it's funny how the same mistakes can break you in different ways.
i miss you because i love you and you're not here.
pois teu beijo vazio, o hálito de solidão como uma brisa quente depois da porta velha aberta. eu amo tua solidão, teu amor por ela e tua total incapacidade de lidar com esta senhora, que sem hora chega e sem hora vai.
am tired
and broken
i
don't know what to do
with my hands
and my eyes
and my heart
they
are broken
i
am still
here
holding my hands
drying my eyes
mending my heart
i
am still
here
inside.

25.3.16

training my heart to miss you
teaching my head to forget 

22.3.16

sleeping pills and alarm clocks

meu amor

meu amor é um bebado, moribundo, tentando voltar pra casa e batendo em todas as portas erradas, meia-noite e ele perdido, gasto, a gente perde o amor quando da ele pras coisas erradas? como uma garrafa de vinho ou uma pessoa rasa? 

branca

branco, meu amor, pois já vestimos preto demais, a cidade é cinza e mal vemos o céu e de longe vi um branco parado numa banca de flores, morrendo, e pensei em você em casa, branca e sem paz. e não tive dúvida: eu te amo. pois me entendo nas tuas dúvidas e te digo por que preciso dizer agora, como os raios e trovões precisam acontecer, eu te digo: meu amor é torto feito tua espinha, mas te mantém em pé apesar do ferro, me mantém acordada quando queres dormir. e quando fechas teus olhos, num piscar, num choro, num cochilo, num descuido de raio de sol, é uma ansiedade que nasce no meu peito esperando o mundo novo que verás, que veremos, ao abri-los novamente. então que seja branco, pelo menos por agora, por que eu sei, não importa o que sentimos, nenhum sentimento é final. é uma poça d'agua ou um pequeno furacão, é tanto disso e do contrário disso, e mesmo que o teu sangue seja rápido demais e teus pensamentos sejam duros demais, se você parar nessa rua um dia e ver o que eu vi, você entenderá o que deixo aqui: perdão, sorriso molhado, desejo de fazer vida. ou pelo menos morrer tentando. 
um dedo no olho, daqueles sem querer, uma cinza que pousa na córnea. e pisca, e passa. enquanto limpa os olhos, 

21.3.16

I wonder how people make it through life. 

me

I don't know if I'm going crazy or just experiencing a bad brain day.

20.3.16

já fui de sentir tudo, mas criei uma pele que tanto abafa quanto protege. 

concluído

assisto a vida como alguém de fora, não nascido. e não sei dizer o que vejo, sei que tenho tanto medo, tanto medo, eu tenho, ou ele me tem? o que se pede da vida é sempre tanto e quando recebe, é demais. menti demais sobre o que sinto, não transparece, deito no banco de trás do teu carro, entre tuas camisas amassadas, um copo descartável e o silêncio. entre o descartável e o silêncio, há ainda algo a ser dito?

18.3.16

Not everybody wants to hear the truth, but when I rink I speak the truth.
 

16.3.16

num seio

eu num seio,
eu num peito
eu num tenho jeito
só a vida que bate


eu num seio, 
maybe im a fish trapped in a human body, maybe i only breath underwater, under toxic water.

14.3.16

a burocracia dos sentimentos, o drama 

13.3.16

instructions for strange desires

olivia

I tell you this as an outsider who's been here too long, like a getaway tourist who barely speaks a word anymore from his mother language. I tell you this as a secret kept too long. You go to movies and there are always lines and lines of people fighting for the best seating spot, they want to just stare directly at the screen, no need to adjust the neck angles, no back pains the next day. If I were to complete the analogy, I should say I have the best spot in the room, because I'm outside it, working the projector, not wanting to be there.

olivia

life is a problem that starts way before birth. birth is just the confirmation that you're a fucked up piece of shit with no right to chose. you have to know the breeding, if you want to know the truth. what kind of man was your father? and your fathers father? be sure to check for odd cousins, consanguineous relationships and any kind of hereditary shit before you look in the mirror. and then cross-check your data with any other sibling. if you're both a mess, than the shits real. 
about the prettiest and cruelest girl you have ever seen. 

coping mechanisms
personality disorder
love, love, love
good music
traps

olivia

olivia had words and unfitting coping mechanisms. unfortunately she also had a skin, and that's where trouble began. for the unwarned predator, she was just the perfect prey; vulnerable at the surface, but a deadens pool of trouble, inside. 
we are not skinless, that's one fucked up attribute we don't get to pick. how do I look? but I'm hiding, so don't tap if you don't like, but please, don't you dare puke when someone shows themselves through some shotgun hole in the brains.

merely a product of criticism

I am not here to criticize, I am here to let them do this to myself, but let it be the real me who they get to point fingers at.

coping

thank god for coping mechanisms, from binge eating to staring at kids asses behind some dark shades in a middleschool parking lot. Imagine if we would just sit a corner and cry, how boring this life would be.
to walk into a people-filled room is somewhat rare these days, and quite disturbing. most of th time all we see are these little humans pretending to be a lot ore interesting then they really are. learn to pet your face with make up that seems like wearing nothing at all. all natural. maybe God uses usa,l as some kind of divine metric system to measure how lonely the world is getting. 7 billion last time he counted.

it's a matter of practicality, being alive. you wear the face you get and hope for something more than teeth when she smiles.
and sometimes I stop and remember my auntie saying "there is a god watching, be polite". but really, only a monster can create a monster, so god and I are even. I love god and all the bullshit about him.
this is what we do, we create characters in order to spare ourselves. from the shame, from invisibility, from becoming a goddam monster. we sugarcoat the skin with layers and layers of fiction, as if protecting the core from being infected. we are not silly, we know the rotting always starts from inside. 
we laughed because we knew that not far from here we would be crying.

I hope u die

rage is like the schizophrenic voices in my mind, except rage speaks directly to the heart.

12.3.16

e o vazio é uma solidão ausente de todo drama de estar só

11.3.16

você

vem, meu amor, não pensa duas vezes, ou sequer uma, pois se pensas, não podes me habitar, assim como não voariam as gaivotas se pensassem no medo. onde há razão, não há entrega. o amor é um palpite, titubeio, nada que exija certeza, embora haja sempre a pressa de saber quando, e com quem, e porquê. ninguém se pergunta por que tantas perguntas? foi o arco-íris que brotou no céu e quando vi, no fim dos olhos, estava você, no rabo dele. então devo perguntar ao raio de luz por que atravessou a gota d'agua? se você nasceu do brilho, eu não hesito. se foi um acaso que te trouxe, eu aceito. mas se você me explica, deixo de entender o peito e passo a perguntar demais aos porquês. e se entendo, é apenas certo que já não amo, sendo o meu gemido em teu ouvido úmido um canto de lembrança e não de prazer.

especialmente para:

você mesmo

saudade

a mais nova habitante da casa

10.3.16

primeiro é o jantar que sobra e depois, depois, mãezinha, é o não saber onde está. e por que ele diz e não mais pergunta? 

you know

you were the first person who made me feel it was ok to be me :)
sou doido sim & vc que não tem insight?
you have judged me over and over for being insane, for losing my mind. getting out there is what made me see myself for who I am, cracks and all. now I see you all from afar, happy in my own weird existence, while you struggle and stumble to fit into 
pois solitária era indomável, pelo fato de não estar quando não havia mais ninguém e pelo desejo violento de ser tudo, quando já não era mais ela. 

9.3.16

quero o inferno, ele é ceu também?
quero o inferno, ele é seu que eu sei
uma rosa não perdoa porque ela não lembra do que foi depois de cortado o caule. ela morre para que vc tente me fazer entender que fui amada, que sou amada, que sou tua. mas se o erro foi teu, por que tem as flores que pagar?
mortos não amam, nem choram, nem sentem a brisa quente do hálito fresco de outros mortos. mas ganham flores, inúteis. você foi rainha e eu reino invadido, e agora sem teu domínio volto a ser uma terra à espera de conquistas. e um dia tu me dizes que quer ser terra também, que o ar te sufoca mais do que alimenta, e eu entendo. por isso te mando uma coroa de pêsames pois a vida dói demais em você, até debaixo da terra ainda acho que doeria. quem te deu tanta certeza ao ponto de que te aches no direito de ir? se você se for, minha mulher, o amor não acabaria. continuarei andando pelas nossas ruas esfaceladas pensando se estarei pisando em ti. 
por que punir um ser vivo, meu amor? não basta que esteja vivo, como punição? num mundo justo, nascer seria opcional. mas talvez um mundo justo fosse tambem um mundo vazio.
você sabe a cara que fazem os mudos quando troveja, é um terror mais marcado nas feições, o terror dos que não podem falar.

olivia

a angústia no teu peito cresce como os cabelos no teu corpo, tão natural que tudo cresça mesmo depois de cortado minuciosamente. você me mutila, meu amor, porque tens que mutilar para poder ser chamado de amor. e eu aceito estática, faísca mansa que apenas observa. as sombras mudaram de lugar enquanto os postes nem se mexem, não é assim a vida, não é assim o tempo, essa coisa inerte que arrasta tudo em seu devido momento? 

nina

"é sempre amor antes da saudade? ou é sempre queda livre, antes de sentir tuas mãos pegarem meu rosto? havia uma menina em mim que plantou uma semente de si mesma e cresceu uma mulher, e a mulher criava um bicho que se chamava solidão. é isso que o amor faz com a saudade? planta uma semente nele que cresce e cresce e cresce para tão longe que se torna ausente? e o fruto é sempre menos do que nossa fome. te colhi como a flor que eras, trêmula, pálida flor anêmica. é sempre flor depois do caule? quando fechei a tesoura em teu corpo te roubei do que serias, para que fosse só minha, para que coubesse nas mãos o que não cabe no peito."

8.3.16

for the first time in years
she has looked in the mirror and seen herself
for all the other times
all she saw was what was not there 

7.3.16

lyric3

The night falls
Between four walls
A lady tries on new make up
Dogs crawl in their cramps
Things that happen while the sun fails to watch

She cuddles into dank seclusion
The jury reaches a final conclusion
Someone walks free
And in some shaggy bar a man's asleep 
Things that happen because the sun fails to watch

do you ever wonder what would be of our fears
If the sun was always here
Aware of our darkest moments
With spotlights in our stomachs
And nothing left to wonder


Lembrava das palavras com a ânsia de dizer, mas não sabia como. Então se calava com o receio de soar estupida, sem saber que a estupidez era a morte e chegava para todos os mudos, fosse pela terra engolida ou por medo. Era a prova viva do que não era e nada mais.

raso

Some people try to dig into themselves but all they get are holes in their existence, and those people are the ones who should always live in the surface.

6.3.16

lyric2

oh hi, oh hello
oh god, beastly girls
golden lights rush by so fast
i get dizzy when it ends
how many times will I swallow my own vomit? 

your friends they know me as the devil
but Mary, Mary, you're the giver of absurd
she was not a virgin, you know better than that
black wool has gotten you confused

lyric1

poisoning the words
with promises unpaid
where I laid still
you danced around a fiery lake
I couldn't keep up
I couldn't breath

traded mind for heart
before the consequences came
we laughed so hard 
like kids in love
one more song and I'll go

swallowed down your razor advices
you turned me into some kind of Pisces
but I was born late March
it didn't make sense
I couldn't help but let you happen

two strikes and waiting
caught in an undertow of plastic dreams
right by the shore I fell asleep
undressed by godless hands

turn me on, turn me on
or let me go unharmed
you know that's not possible
this is not what I do
but what you do to me
does it come from fear or fame
the things you got to say
I would trade it all for rotten brains
but I got those too

bad eterna de uma mente sem lembranças 

feelings

então tenho que lembrar-me que o que sinto não é o que sou, de fato, feito sombras que crescem e diminuem conforme o movimento da luz, mas não passam de sombras.

5.3.16

quantos lados há de se ver até que se enxergue o que de fato é.
sinto meus ossos doendo, sinto meus ossos doendo, ela disse, como se houvesse uma história guardada em cada um deles. 

3.3.16

como se quisesse matar algo além do tempo, fumava um camel azul atrás do outro. um vento fio passava pelos seus pés descalços, calcanhares comidos com mordidas de calçadas ásperas. se chamava olivia contra sua vontade, coisa que nunca entendeu; ter sido batizada quando nem sabia quem era deus, quem era ela. portanto, era olivia, pendida nas grades engraxadas do seu jardim. você entende onde quero chegar, descrevendo mais do que preciso?

"quando vão comprar cortinas, esses vizinhos dai?" "por que te incomoda?" "não sei, mas não é certo viver tao exposto."

carne trêmula

teus dias não passam de um jazigo para os outros dias.

aspas crescidas

cheguei num ponto. (aqui ninguém pode por mim)
inacontecida, hermética. (aqui estou, sempre dentro)
poema inaudível (você me escuta?)

não, a vida passa feito o que é; e eu não sei explicar o que não acontece.

há dias não comem e eu não sei o que dizer sobre os tigres que não rugem pois o silêncio é auto-explicativo e as pessoas querem sangue.

o parto dinamarquês

as dores não vinham, naquele dia de chuva abafada, conforme esperado. digo que eram esperadas pois nascer dói e naquele dia nada doía, nem mesmo as árvores que balançavam sob o vento, contorcendo-se para ainda serem árvores. há uma regra universal destinada pela própria natureza de que todas as coisas devem ser, embora não saibam que são, cabendo a elas encontrar o que melhor define sua existência ou curvarem-se ao que lhes convém. eu era ninguém, apenas uma mulher sonhando com as mãos apoiadas em um ventre infrutífero, laico, deserto. o abandono que me causei foi tão grande que fui obrigada a criar uma outra vida. no mais profundo do oceano, perto da trincheira das Marianas, guardei uma palavra nascida, fazendo refúgio num lugar totalmente inacessível. pois havia de ter uma outra vida, simples assim. ainda que longe, impossível e inalcançável.

2.3.16

children & other bad habits

I'm fuckin scared right now, but that's not the thing: I will not react like a scared person.

(dis)trair-se


"como que constrangidos consigo mesmos: sabiam sentir-se da mesma forma pulsante, ali de mãos dadas, contemplando o infinito que era se esquecer. um se perguntava ansiosamente se outro também sentia, e sentia que sim, pois não precisava se perguntar; a mente quieta respondia todas as perguntas não feitas, apenas estavam ali, de mãos dadas e sendo; pela forma que olhavam dentro da mesma coisa, pelo jeito que tudo bastava e nada faltava e pela troca de tanto quando nada foi dito; eram felizes, felizes demais para não julgar a si mesmos, como se houvesse algo de proibido em querer mais do que já era bom, como se fosse justo ter um senso do que é justo, como se fosse simples demais para não estranhar, para não se perguntar em que exato momento desfariam as mãos e tudo acabaria, e quem soltaria-se primeiro, e qual dos dois aguentaria por mais tempo o grande pesar que era ser feliz? foi então que um sorriso ficou tenso, e o outro percebeu, e percebendo, piscou, e o sorriso vendo o olho piscar, desfez-se em suor, e o aperto úmido de mãos começou a afrouxar, o encaixe escorregava, e já não enxergavam mais aquele nada, e sim tudo, e então nada mais bastava e tudo lembrava o momento iminente em que se desfariam, porque lembraram-se: não há infinito. até que um soube, e o laço se desfez em nó, e a fala precisou de palavras, e estas, racionalmente tentando explicar o que não precisava de explicação, consumiram letra por letra cada segundo de levitação."

means i love you

- whoa, wait, i'm not perfect. thats the first and biggest mistake in most relationships, that's why it falls apart, that's why couples end up feeling betrayed and hating each other. you see, they betray themselves. people fall in love with this weird, distorted image they create and thats the first thing they forget: reality. it's all beautiful and tragic, but never true...

- but you are perfect to me.

- listen, i'm serious. i'm not some kind of salvation to your personal hell, ok? i don't ever want you to forget this: i will hurt you, no matter how much you love me, no matter how much i love you. there are rotten things in me your love won't ever change, but you'll love them too, won't you? so let me warn you, i might run from the car in the middle of a fight, i might hang up on your face and i may wake up one morning and decide to leave without previous warning, and i might just take your dog with me too. i will hit on someone just to make you jealous and its very likely it will be your best friend, i might.. i might... i dont know, i might hate your mother's food, i might have bad breath...

- stop, you're scaring me.

- i'm sorry, you scared me first.

- i love you.

- i'm scared.

- that's ok. it means you love me too.

1.3.16

Luiza

eu sinto tua falta, pq isso é tão difícil de dizer? eu sinto tua falta, tenho saudade. como vc pode me magoar tanto, tanto ao ponto de que eu não conseguisse sentir mais nada. como você pode, depois de tudo? sério, como? 

minha mãe foi diagnosticada semana passada como portadora de transtorno de personalidade narcisista e histrionica. minha vida inteira estive nas mãos de uma mulher perturbada e isso talvez explique pq estou sempre nas mãos de outras mulheres perturbadas. eu tenho trauma do amor, honestamente.

então agora, nesse instante de lucidez onde sinto intoleravelmente tudo que me aconteceu, eu sinto sua falta. e muita. e eu não trocaria isso por nenhuma outra história. a verdade é que cansei de negar. mas também não sei dizer como. 

você me magoou e eu chorei tanto, nem lembrava disso, mas chorei tanto, tanto e tão de repente, era uma sexta-feira e eu não consegui levantar da cama pois tudo me lembrava você, até o que nunca lembrara antes. como eu esqueci disso? foi um nevoeiro.

em seguida nada mais acontecia. as mensagens chegavam, a vida passava em fotos compartilhadas, tudo parecia ser um estilhaço de algo que não fazia sentido nenhum, quando colado de volta. sabe o que é sentir tanto que você para de sentir? ou estar tão assustado que você vai embora de si mesmo? você sabe, não sabe? eu sei que sabe. 

dias & dias, nunca & quase, nada mais fazia sentido, eu estava só em todo canto, uma solidão ausente de mim mesma. não importa onde fosse ou o que fizesse, eu não estava. falar de você era como contar uma história que meu avô me contou, apenas um fluxo de palavras sobre algo que um dia foi importante para alguém, mas não para mim. 

conter-me foi fácil, visto que eu não estava, como vigiar uma casa onde não há ninguém. e o que eu deveria ter feito, afinal? de um jeito ou de outro, a gente morre; sorte de quem pode escolher como.

blind

posso acordar e me perguntar "o que estou fazendo?" ou posso simplesmente permitir que seja.
assim, de olhos fechados, acordar e permitir que seja o que for.
posso esquecer tudo e acreditar que as pessoas mudam e que eu também mudei ou posso continuar presa naquele medo.
é libertador pisar fora do medo, mas sempre fica um pouco no rastro, por isso vou devagar, por isso limpo sempre meus pés antes de entrar em qualquer pessoa, para entrar em paz.
não quero mais manchas nos caminhos que traçar, não quero mais olhar para trás e farejar aquele velho e estranho sentimento.
quando penso que sei, grande parte das vezes eu não sei, mas quando eu sinto é sempre certo.
quanto mais eu penso, menos eu quero sentir e talvez toda essa racionalização seja uma forma de me poupar, de viver seguro.
quero trocar a falsa segurança por confiança
e se, por um instante no passado eu apenas quis, se por um tempo eu sabia possível,
hoje eu sinto que posso.

e
eu
vou.

/2010

nunca tive muito problema com a noite, até certo tempo atrás.
sim, eu gostava da noite, gostava de imaginar coisas no escuro e fingir que estava sonhando de olhos abertos, gostava de abraçar um travesseiro entre as pernas e pensar com carinho em alguém, gostava de deixar os pés para fora da colcha e sentir um friozinho, gostava principalmente das noites de ninar chuvosas onde a natureza parecia imitar um choro que não era o meu, nem o de ninguém, porque naquelas noites ninguém chorava.
os tempos de paz de noites bem dormidas, de noites aninhadas comigo mesma, quando a casa ainda era um lar e meu travesseiro aguentava o peso de minha consciência.
as noites que eram apenas férias de sol, as noites de luz de velas, as luzes da noite que nunca se apagavam ainda que eu fechasse os olhos, eu dormia com pensamentos de luz e com sono de pluma.
e de repente os dias viraram noites
não é o jeito que as coisas são que me incomoda, é o jeito que elas deixaram de ser.

não, não é questão de ser homem ou mulher, nem bonito nem feio, nem raso ou fundo, nem nada. o questionamento é medíocre por si só, "por que você?"
por que eu?
por que a pergunta?
tenho uma resposta branca e uma transparente e uma vermelha;

carta ao golfinho

eu queria não estar tão cansada para escrever esta carta, mas estou, golfinho, e espero que você entenda. eu sei que você é apenas um golfinho e não sabe ler, mas algo me diz que é necessário, que você vai entender de alguma forma. como toda vez que olho para o céu e me pergunto se você também está olhando, e tenho a sensação de que a gente está se vendo lá nos reflexos das estrelas, lá no fim da vida onde não há questionamentos.
mas ainda não chegamos lá, golfinho, portanto os questionamentos existem.
olha, eu sei que fui eu quem te encontrei, mas isso não faz de você meu golfinho. espero que não fiques assustado com a minha presença, ainda que a tua me assuste também. não tenha medo golfinho, eu também tenho. não deixe que nada disso te afogue, você nasceu para nadar. eu digo "calma" e deixo você repetir comigo "calma aqui, também", e a gente não pode dizer "calma" com pressa.

acordei

em algum lugar entre nascer e morrer

old conversations with an old lover

"emagreci e ninguém notou, agora to pesando 89kgs!"

é? se eu te disser o quanto minha alma está obesa desse papo fantasia a cadeira quebra e a casa cai, fico magra e mansa em três minutos, você volta a ser faquir e ela se interna na igreja.
ah, eu conheço essa batida, ai não.
não essa batida, não de novo, oca e seca imitação do pulsar, esse latejo que lembra a vida com tanta perfeição se não fosse uma paródia obscena do tedio
preciso parar na farmácia
pra que
pra comprar meu remédio
que remédio
po, o meu
remédio da loucurinha é hahaha
é
sério
sério
...
já ouviu falar em transtorno bipolar
pronto, eu tenho algo parecido com isso, mas é como se mudasse mais rápido
...
se chama borderline
...
eu esqueci que você não liga

I am sorry for being here

às 4 da manhã já de pé, ando pelo chão frio de mármore com um cigarro aceso nos dedos, se tivesse mais mãos fumava logo três de uma vez. o cachorro sente o cheiro e fareja debaixo da porta, como queria ser ele, desejando algo fora do meu alcance, desesperada. a primeira pessoa acorda às 6 e a presença ativa de alguém me deixa incomodada comigo mesma, feito quando chego em casa sóbria e todos me esperam bebada, então faço esforço para parecer ainda mais sóbria, parecendo finalmente embriagada para a decepção e não-surpresa de todos. seria um escândalo, estarem errados.

a boca seca, o coração seco

dar um pega e jogar a cabeça para trás, a certeza de que sua mão estará ali quando repousa-la sobre o palet descoberto. a boca seca procura a tua boca seca e dois desertos se despejam em uma tentativa de afeto. um gole de cerveja quente, eu lembro do carnaval com esse gosto, e de novo. eu não te amo, deixo bem claro como uma tentativa de aviso, uma anti-declaração, na verdade acho que nunca amei ninguém exceto uma ideia muito boa que criei sobre uma menina, mas ela morreu. na verdade mesmo, se a gente tirar a primeira camada do que disse anteriormente, acredito que seja bem o oposto: amei demais, amei tanta gente, amei cachorro, menina, mulher, homem, gente que nem sabia quem era, eu amei. mas essas coisas secam, sabe? como fruta seca, feito uma uva-passa que deve ter esse nome por tudo que ela passou na vida pra ficar seca daquele jeito, seca comida, seca como eu. árida, pois já falei seca demais. você não liga, eu sempre esqueço disso. é tanta coisa que a gente pensa no meio de coisas desinteressantes, e penso em tudo que deveria estar fazendo agora e na lista enorme de tarefas e to-do's e to aqui perdendo meu tempo tentando achar uma posição boa para minha língua na tua boca. mas quanto desse tempo já não se foi, despertar? a menina não volta, depois que ela vira mulher, dragão ou entristece, ela não volta mais a ser menina, pois não cabe mais, sabe? como se a realidade tentasse vestir uma roupa e sair na rua disfarçada de menina mas todo mundo a reconhece pelas roupas rasgadas que já não lhe pertencem. coisa triste de se ver, ainda mais quando é você quem cai na imbecilidade de tentar pertencer ao que não te dá mais.

back to meds

volto pro remédio e então começa o pequeno despertar, uma euforia mansa que se traduz em pouco sono e taquilalia. dizem pra correr, pra evitar café e outros estimulantes, dizem que em dois dias vai passar, quando o corpo se acostumar à nova droga. me diga, quanto tempo meu corpo ainda vai ter que aguentar tanta readaptação constante? sinto que estou sempre me conhecendo e não sei o que dizer às visitas, sinto que às vezes não se trata de mim o que sou. insisto em desvendar o mistério de ser-me, às vezes adormecendo no fim da noite com a sensação de uma jornada intensa de trabalho, ainda que nada tenha feito a não ser: respirar, pensar, descobrir como agir em situações que requerem minha presença, estar.

toque aqui para escrever

agora toque aqui (puts hand on chest) para descrever

coffee

você faz café pra mim, forte, sem açúcar, com um beijo doce no final que estraga tudo.

breakfast

good habits are boring

what am I doing

everybody's gone and I'm still dancing to that song you played
I used to be happy
(I don't know why)



maybe that's why I was happy 

29.2.16

YOU

I just need someone that keeps me here

28.2.16

you cannot speak to an absent mind

não se pode tocar uma pessoa que está ausente, entende? as últimas semanas estive aqui apenas observando o mundo como uma tartaruga assiste a vida de sua casca e quando cansada, se retrai em seu invólucro de pedra. sei que estive, ainda que tão longe de tudo, bem aqui. esgota, onde estou? não se pode tocar uma pessoa ausente, mesmo que ela esteja bem diante de seus dedos; há uma distância que muitas vezes me habita e então nada posso. não estou, debaixo da pele bronzeada, aqui. não sei onde estou, procurei-me em medos antigos, em paixões que não chegam, jogo um anzol no vão de mim e sinto puxar, mas como disse, é apenas a sucção do vácuo, corpo vazio, dias inabitáveis. 

27.2.16

idont think nobody really cares

why do you say that?
because I know I don't.
we are here to laugh at the odds

24.2.16

You said hello, I said come into
Myself
You said hello, how are you,
I said it should be better once you're inside me
primeira noite sem viagens clandestinas, roubaram minha habilitação, seu guarda, e eu só queria ir até ali transar.

22.2.16

poço da panela

me aguarde.
preciso viver mais o que sinto
here comes paranoia, here comes the absurd, this is where I lose myself.

se eu permitisse que tudo me seja como me vem, mas insisto em viver só para mim. 

you go back to her

o sentimento de que o pior ainda está por vir, de que no final das contas não fui eu que enganei ninguém, mas eu que fui enganada. odeio estar certa sobre tudo isso como quase sempre estou, vamo apostar? em menos de um mês vocês se verão novamente, em menos de um mês será você e ela de novo e eu não terei mais nada para dizer além de 
oh lord oh lord oh my
won't you lend me a voice to sing
like birds sing when they fly
and suicides scream when they fall
this is that time again
where I break and pretend it's not with me

21.2.16

oi

not another weekend

o h w

2many drgs
and a happy ending
and what are you wearing today?
my highest hopes

i like u,

fernando marques 

do u

do you think im a good human being? or at least human, by any chance?

19.2.16

blood on the leaves 

*****

pois é, I'm having the time of my life, mas também sempre é. tá tudo incrivel, juro, mas ainda sinto tua falta.

18.2.16

zézim,

me dê notícias, muitas, e rápido.

123

eu dei pra um, pra dois, pra quase três, tudo porque o que eu dava não era eu, era outra pessoa menos presente. nada como um soco no útero pra ver se você acorda pra vida, maria.

filha da puta

porque não me doeu como eu esperava, a cada nova partida era mais de mim que se acumulava numa auto-suficiência digna dos ermitões desérticos e isso era intolerável. eu não sei viver se não tem um sentimento me guiando, fico perdida como uma pessoa comum atrás de coloral no supermercado.

espero que alguém entenda o que está acontecendo, não sinto necessidade nenhuma de explicar, mas espero que alguém entenda. espero que esse alguém seja você. espero que você ainda saiba quem é também. 

depois do meio dia, dizem que essa é a hora onde os demônios apertam as cabeças dos doentes, ou talvez seja o sol forte demais que desmaia o que sobra de razão, depois de meio dia eu senti medo. há três horas me recuso a sair de dentro desse frio que, aleluia, finalmente chegou. quantas vezes você morreu nesses dias em que eu não derramei uma lágrima? a indiferença não é justa quando ela te impede de tocar a vida e queimar os dedos. no mínimo espelha uma falsa proteção, postergando e acumulando debaixo da pele o que virá depois, eventualmente. 

depois veio agora, atrasado, púrpura ofegante, quase não chegando. há algo que me beira nesse momento com olhos de fome, aguardando a brecha permeável para agir. venha, não espere mais, venha que eu to mansa, venha trucidar o tédio com teus dentes afiados pela vida, não espera a noite para dar o bote. quando você se foi eu fiquei tão só, tão só, que decidi ir também. você me julga por isso? por ser outra pessoa enquanto eu não conseguia ser eu sozinha sem você? isso é tão louco, que eu me obrigue a sofrer para que nada tenha sido em vão. 

quando eu caio, nem sempre me levanto de primeira. na verdade, tenho o estranho hábito de engatinhar para trás, até que estenda o primeiro movimento de alçar-me. me levanto apoiando em algo conhecido. 

eis que você desaparece quando eu chego, talvez já esteja refeita em alguma outra história. serviu de algo, as ideias estupidas que criasse para conseguir me fazer outra coisa que não te atraísse tanto? eu não repeli sequer um pingo de merda seu enquanto você enlouquecia atrás de um fio de razão para me odiar. eu me odiei infinitamente, calada para não te dar o gosto de ouvir um "ai". AI, CARALHO. AI, PORRA LOUCA DO CARALHO. EU VOU TE MATAR AQUI DENTRO MESMO QUE ISSO ME CUSTE QUASE TODA VIDA. isso basta agora? ou já é tarde demais? 





luiza

tecia mentiras entre teus cabelos, naquele tempo tudo era mais fácil de se acreditar, qualquer coisa, meu amor, qualquer coisa era possível
inclusive eu e você

te odeio, tu é a melhor pessoa que já conheci
não me deixa nunca tá?
eu prometo coisas imprometíveis e você aceita porque é tudo que te resta

se eu tivesse voz eu cantava pra vc 
dizem que a música lembra e eu acho que tu esquecesse
ou lembra diferente
quem sou eu nas tuas mãos agora?
uma migalha? um peso escorrido? um casulo de alívio?
aplausos para o fim,
aplausos para o final depois de tudo
e nas tuas palmas 
você me esmaga feito um inseto despercebido


oh i dont blame you
it's all so natural for us
I see a bullet and I just shoot myself at it

17.2.16

eu quero água de barata pra ficar que nem clarice

wolves

what if mary was in the club when she met joseph?
life is so boring
sleep sounds like fun
life holds its knife around my neck
"i'll wear you like jewelry"
my comeback
miss you like hell though I sound like a tough girl


we only said goodbye in words

I died a hundred times




I fall in love out of boredom and not interest

body, mind & heart

there is a limit to what you can do to your body, that's why people overdose. the idea applies to the mind too, that's why some people go crazy. and then there's the heart, that's where bodies explode and minds collapse, but I can't think of any excuses to limit that.

m & d

the days you fought with animal aggression when there was really nothing to fuss about & the days you  laughed so thirsty when there was nothing to laugh at

a pang of nostalgia

sometimes I get this sudden burst of nostalgia and I like to think that's because someone, somewhere, has just found what they wanted.

kids in l*ve

I dont believe I was made to suffer, at least not anymore. But you see kid, I believe there are people who were made too big for this life and it is simply in their nature to break a little every once in a little, people who must lose a piece of their heart in other for it to fit in their chests. 

Solange

- e realmente não aconteceu nada esses dias que causasse essa mudança no seu humor, maria?
- sim, aconteceu, aconteceram tantas coisas e aí que tá o problema, nenhuma delas causou o mínimo de reação em mim.
- mas você entende que isso não é uma coisa normal, não é? essa falta de reação total à vida.
- eu não ligo se isso seja normal ou não, é só esse tédio infinito que enche meu saco.
- e você pretende continuar nessa inércia até quando?
- não sei, não depende de mim, isso vai e volta e eu não sei mais o que fazer para sentir o mínimo que seja, de bom, de ruim, tanto faz.
- você tá tomando seus remédios?
- não
- pq não?
- pq a única coisa que eles fazem por mim é colocar um embrulho bonito nessa merda toda e eu cansei, cansei de sentir o gosto de vida como se tudo tivesse envolto em plástico.

IM SORRY WE LIED

at first I chose not to care and maybe spare myself from all the drama and now I'm desperately chasing anything that sounds like trouble and heartbreak and karma, but it doesn't come to me anymore, these days.

" "

if you could paint a picture of us, how would you call it?

when I look outside my window I can get no peace of mind

I must be emotionally constipated for it's been days since I last gave a shit (!!!)

véu de maya

sinto-me oca, mas é uma destituição sem precedentes. a falta não pesa exatamente pela sensação de que jamais houvera algo ali, antes; na verdade, é um alívio que permaneceu enquanto o resto vazava, ilusão etérea. havia móveis cobertos que quando descobrimos, não eram móveis descobertos. silhuetas moldadas por fino véu de pano cor da pele que não passavam da nossa vontade de que fossem algo mais. mas não era, pois por que insistimos em dizer "sinto-me oca", quando na verdade não estávamos preenchidas em primeiro lugar? 

no reactions

sometimes I catch myself feeling uneasy about something I can't quite understand and that's when I realize I'm feeling a lot less than I expected to feel

16.2.16

because at its height the drug sometimes may provide feelings never before achieved in a drug-free state of mind.

viver não é pecado

it itches
I scratch 
but I'm too big for this skin

e eu não caibo mais em nada
maria essa é tua hora de mostrar teu nome e me dar um milagre
maria o que você fazia antes de José é passado


when I'm alone I swear to god
I'm the prettiest girl in the room 
i have arrived at unreachableness
i do not regret anything beyond this point
nor back
are we so terrified by ourselves that we'd rather build an impression of something we're not?

Solange

I am see through
and impermeable
now watch me dehydrate

talking to myself again,
this time while fueling up the car
and liver
thank god for sunglasses
why do cars break?
gotta fix my tail lights
why does my heart ache?
gonna save that for later
along with the phone bills and taxes
looking for a wound to crawl back inside
looking for the things I hid
doctors gonna take a peak now
it will hurt like life, I swear


look and I see, look and I see again,
And I keep looking until I see something else
There are few things that me keep me going as the exercise of starring at the obvious until it changes into some kind of demon I fall in love with
I dig at unscratched surfaces until I find some trouble
Should never stop looking until you get lost
should never stop digging til you're covered in shit

exercising with my demons

ever changing states

I'll see you on the other side of our border lines

I'm a recovering addict

and sometimes I relapse
clean sheets, my love
laid neat on strangers nest

get high so I don't miss me

have you settled your excuses to turn my love to other users?
like I was some kind of game that you made up the rules
I find it funny the way we swim so far ahead just to drown faster
thought this life would never catch me
thought my heart would never drum that way again
I made a song to sing in vain
On days we could never see the shore
but you took the lyrics, beats and chorus
now I'm drowning on mute
hand me a glass, pass me a vice
I cannot do this otherwise
I cannot face the mirror on my own
and watch my reflex all alone
that's why I drink, to see me double
boy do I make a pretty couple
mood's so low, mood's so shifty
I get high so I don't miss me
you said I was your girl and that's what I made of myself
renounced the other bets
all the other people where merely other people
but I couldn't take it so I left
I used to go to the beach late at night and watch the stars so they wouldn't feel so lonely
and once they fell, one by one,
I took my heart and I took your gun
and my bottle of sorrows confessed
I would drown the whole ocean in blues
I would do it all again, I would 
love is a losing game

15.2.16

why do you fight so hard against yourself just to please them?
it's a battle lost at birth
because you were born exactly
you

empty days

acordada há horas
o sol já foi e voltou e meus pés ainda nem tocaram no chão 
entenda 
nada me tenta
and if I leave I swear to god I'll go looking for trouble

14.2.16

i want to feel anything, i beg you, shoot me straight in the gut if you have to, stain The streets with all my blood but please dont leave me here blank
só me resta o que tiver nas veias, ainda que seja essa água morta.
absolutamente nada me choca, nada me emociona, nada me tira desse estado apático que tantas vezes me visita. eu quero voltar a viver, quero voltar a viver logo para que me sinta morrendo de novo.
três dias sem remédio, uma semana de drogas intensas, bebida, bala no café da manhã, café sem açúcar, nada me acorda desse absurdo vazio, desse tédio infinito que as fotos não retrata. cada vez que sorrio me parece que estou cerrando os dentes em grades que trancam lá dentro um infinito de nada. você não estragou minha felicidade, foi pior: você roubou minha tristeza e qualquer outra chance de um grito de acordar. que parte de tudo vc não entendeu ainda? a que eu te amei, a que te amo ou a que se calou nessa revoada de dias ocos?

AI

MISS YOU LIKE HELL-O

13.2.16

sangue latino
the spy
i dont mind them hating me as long as if it's really myself.

12.2.16

I changed my locks, you can't get to me
I didn't mi d burning my bridges
Ill see you on the other side

i fuckin don't care (HA HA HA) 
I close my eyes and i see fields of white and lilac bell-shped flowers, as if drawn by first grade's left handed boy
frágil, valente desafiador dos jogos de estupro mental, the real mind fucker
this is where i come to bre a t  h

narciso

como se fosse grande coisa para ser usada, pequeno lixo humano.

11.2.16

saudade

na esquina do pé, nos passos retrógrados, a gente vai mancando com todos os ossos gastos que deixamos tatuados.

ultimo dia

amanhã cabou remédio, cabou esse qualquer coisa que tá bem pra cá de marrakesh.
carnaval é perder:

o celular 
a carteira
a esperança de acordar o peito

f U c k

love is just a four lettered word: 
três brasileiras
uma mexicana
dois franceses
eu falo tudo que sinto em todas as línguas do meu peito

come back

here is the open gallery of open chests and I look inside trying to find anything that looked like me torn apart.
I don't know how to love anymore, that's a sad but true conclusion. think I gave myself not long ago, not too much, but unfortunately now I realize that little was really all I had to give.

mr cold heart

my heart is still, like a cobblestone waiting for the road to come, silent in all its rage. whatever happened to me, long ago, doesn't matter anymore. there is some unholiness in dying as a hero when you're still alive and breathing, when all the congratulation applauses come from people who believe you're doing fine on controlling your impulses, on mending and patching up old bruises. I am not ok, I am dead inside myself. My heart is like a party with music and no ones dancing. I am desperate to run, I am dying for taquichardia. I am sorry.

na pipa

nada me incomoda e isso me incomoda mais que tudo; assim fica impossível morrer de amor.

10.2.16

some kinda demon

in her own mad mind she's in love with you
god knows i loved your brains
maggots and all
marred by the best choices i made
The days i loved you were The days i never loved myself

9.2.16

margolis

deitar nas lembranças de vc ainda me serve de algum consolo, sentir o cheiro azedo do suor antigo, ressuado, a vida continua e continuou

7.2.16

II

and maybe thats what we get for giving out our hearts
we become heartless 



&   


what am I doing to myself?
Is there a museum for broken people
Where schoolkids go
To learn about love?

cycling trivialities

you suck life as hard as you can but all you taste is plastic wrapping

num asteróide pequeno

essa felicidade comedida, essa tristeza aguada, eu não sei viver no meio de nada.

5.2.16

do you have any idea of how hard it is to hate the things you love, Mr. Carson? I bet you don't and let me tell you, it's the worst you can feel about something. I'm set free at this crossroad of completely opposite sentiments and still feel like there's nowhere to go, so tell me: is it fair? 

4.2.16

and how would you say it to yourself long algo when you still could,
when the words were still little birds and 
what next?
what have you still got left
to win back?
baby you ain't got nothing to get
and i bet
that's worse than having nothing to lose
let's go away man
let's get away
before they get things their way
it's just a matter of time til someone snaps

let's go away man
let's get away
before they get things their way
it's just a matter of time til someone snaps

meds

keep me tight, too tight and i do things right
I keep my mind & you can keep the rest
oh darling i can keep the branch from shaking if you dare leave the nest

2.2.16

you dont mind burning your bridges?

31.1.16

bora mago

o dia pensando, lembrar com o coração e pressentir tua chegada de sempre, mesmo depois de tanto tempo; lembrar de você e logo em seguida ser encontrada; demian sabe, demian sabe melhor do que eu sobre o que sinto por ti.
all the possible ifs, aren't
chore, pra depois ser livre para sentir o que quer que venha :)
nino calado tristinho no banco do lado de mim
nino que saudade de vc mordendo meu pé sem me deixar dormir
nino vem me deixar sem dormir q sem vc eu não durmo

nobody knows whats going on

fevereiro: ferver-eiro
cansar os pés de tanto chão, suar, dançar no mundo que dança no espaço 

aprender #1

escrever sobre a felicidade como se não fosse algo que não merece ser dito ou ao menos mencionado
adormecer, mais do que deitar e fechar os olhos, é curar-se da vida por uns instantes que seja
mas se existe gente feliz, deve existir também a felicidade 

sem hora

senhora pressa, sem hora passa, fica, vai, volta, no final és sempre isso: à espera do tempo e nada mais 
hoje sou muito mais uma dolorosa destruição do que fui do que alguém que nasceu de fato.

h miller

se você se sentir como um verme, cave.
se você se sentir como um pássaro, voe.

26.1.16

deixe que tentem o melhor, deixe que façam o errado ainda que buscando acertar, que amem do seu jeito, seja num amém ou num rompante súbito de raiva, deixe que sejam e que amem quem são, não apenas aponte os dedos e olhe o que não te dão. obrigada, amor meu.
"please don't let me down this time, I've come a long way just to fold back into line."

senta, isso, fica, bom garoto! agora para de doer, imbecil.
you like them angry, don't you? 

i've seen it all.

de tudo um pouco, de tudo um pouco que fica. um pé atrás do outro e tens uns passo, dois braços apertados não faz abraço.

25.1.16

a raiva não passa. de quem? dela? não, de mim mesma.

por ter sido tão cega ao ponto de amar um monstro, de amar algo que mal chegava a ser alguém, tamanho o egoísmo e auto-indulgencia. por ter dado, mais uma vez, o ouro de mão beijada, nas mãos do pior ladrao que existe: o que rouba por prazer, e não necessidade. 
mantenho o silêncio, como quem gesta uma criança grande demais para ser gestada ainda. o erro foi meu.
já não és mais nada para mim, além de um sentimento vermelho ruidoso que me incomoda às vezes. e a sensação de paz, a sensação imatura de que pela primeira na vida estou sabendo aprender algo de fato. não quero ser alguém menor, não quero amar menos, como costumava dizer antes, não! quero amar mais e melhor, e escolher com carinho e respeito quem dividirá comigo o caminho. tenho tantas palavras para descrever o desgosto, mas sabiamente agora eu sei as melhores: não vale a pena. continuarei perdoando quem errar, continuarei sendo gentil com estranhos, vou amar os dias que vierem, como vierem, como virão. o que eu posso dizer a mais? que estou magoada? que a decepção ensina a viver? não, isso é óbvio demais e deixo para os que fazem da vida essa coisa tão justa e pequena.


à noite tusso, tusso forte um pó vermelho que me arde a garganta e os olhos: no chão apenas uma mancha de palavras não ditas 

empty me

não escrevo por motivo de tristeza. é simples demais dizer que todo preto é luto. o branco não é paz. às vezes escrevo por não haver mais nada, embora saiba, embora saiba tão bem sabido que há tanto ainda, que tudo está lá fora onde sempre esteve, sou apenas eu dentro demais da minha cabeça. e aqui não encontro solidão, nem tristeza, nem rancor e mágoas; isso veio antes, agora está lá fora junto com o inalcançável resto: aqui & agora não são o mundo real e eu sei por serem totalmente desprovidos de qualquer sentimento; fica apenas o estímulo irrefreável de viver apesar de. 

ossos & as várias etapas

então acontece de ser: os dias. os dias lentos demais para acompanhar a rotina, que ficaram para trás irremanejaveis, como os inválidos numa marcha pela vida: quem deseja conquistar o direito de viver assim?

me encolho dentro de mim mesma, roo meus joelhos de raiva, as mãos pressionam contra os ouvidos, 'para que não me vejam', digo baixo entre as migalhas de ossos gastos. para que não me vejam, pois sozinha eu aguento saber o que sou e o que deixei de ser, mas se veem, se validam com apenas um olhar essa matilha de insucessos que uivam dentro, aí então será o fim: eu não saberia explicar o que houve, por isso insisto em me fingir de ignorante aos dias já tão bem conhecidos.

24.1.16

como pode 

quem foi?




Nem pintada de ouro 
I am here now, i cant really feel safe;
Valente eu to chorando tanto, Valente eu to sofrendo, me abraça, minha cabeça cheia de estímulos, de bala, lolo, wax, Valente uma menina me levou embora de mim, Valente volta, fica comigo, o meu coração dói, doi
o inevitável se remedeia pela sua própria natureza; acontece e aconteceria sempre, não havendo outra possibilidade se não a mesma; escolha que se faz sozinha e evitar de ser não pode

inevitável não era, não, muito pelo contrário: extremamente alarmante


sleep on needles

conto os segundos por quanto durarem,
aguento,
aceito,
respirar faz parte do longo processo de viver e suporta-se 
muito mais do que o tempo em si;
o fim contido em cada momento. 

14.1.16

i miss u

and some things seem incomplete if you're not there to live them with me

5.1.16

wish i could turn you back into a stranger

4.1.16

barcelona

the shadows behind you mean there's a light ahead

bronze stairways down to heaven

sunlight pierced a teardrop and you gave birth to a rainbow
down on earth nobody cared

this is not a good idea
this is not a good idea
but i want you

so please take me because i am ill
and i have taken the pills
it was useless