28.2.14

eternas desculpas

então eu parei de beber porque já havia acumulado motivos demais para parar e tudo que me servia de razão já havia ido embora, não tinha mais o que esperar no final de cada gole, não havia um rosto pra se ver quando abaixava o copo de volta na mesa, era vazia a cadeira de frente, então por isso hoje bebo apenas em ocasiões solitárias ou no mínimo íntimas, e por isso me vejo cada vez mais sozinha, então é isso, sabe?

e no final de cada gole aquele gosto de mágoa rançosa, travada no garganta junto com o perdão nunca concedido, e a cerveja lava bem as esquerdices da alma.

Nenhum comentário: