21.5.14

agradeça

eram apenas um par de olhos mirando o passado, procurando pistas antes nunca vistas, folheando os rostos como velhos livros intermináveis. sim, despontaram as mudanças em meio a tanta coisa conhecida, como um novo sinal na palma da mão. meus amigos, meus antigos e novos amigos sentados ao redor de um centro que só eu vejo, como se o retrato fosse uma radiografia das almas de todos eles, e nenhum cabia na moldura; o brilho nos olhos emanava para fora do papel, absorvido na palma de minhas mãos e diretamente ao coração, era assim que via a foto, com os olhos do peito, com a cegueira da saudade, com a fome de um momento que passou e nunca mais voltará. queria rasgá-la em mil pedaços e mastigar todo dia uma parte diferente, até que lá dentro de mim tudo se reencontrasse pintando um novo quadro, talvez um quadro do futuro, talvez apenas uma lembrança mastigada pelas entranhas da vida; mas seria meu, e isso bastava para sempre.

meus amigos, meus caros, queridos, infinitos amigos; sejam meus o máximo que puderem, do contrario jamais poderei ser eu.

Nenhum comentário: