15.4.17

deixe-me passar

À multidão que é um rosto só,
Pelas cascas e cernes da modernidade
Sou uma mordida na sua tela
Que não transpirar os poros quebrados
O plasma distraído, acorda!
Deixe-me passar
Estou me curando

Pela solidão radioativa
Encharca a gente de cansaço
E assédios diários no corpo da mulher
Entre os espelhos histéricos
Dando rosto ao meu grito
Ao meu semblante indignado
Deixe-me passar
Está pesando

Entre os recifes da cidade,
Escorrem medos, caos e carne,
E eu levando contra a correnteza
Uma fatia de bolo
Do aniversário do futuro
Que plantei para espantar os furos
No concreto de quem

Quer passar também 

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