13.7.15

noite

gira no meu peito um furacão cego
sou um cão que rosna sem dentes para uma noite sem piedade

você dorme na cama
na cama para a qual gemestes, delirando,
na cama na qual parimos essa vida a dois
a três
a mil
incontidos nesse peito fraco e pintado de estrelas
as estrelas do peito se apagam, a noite murcha, tal qual a rosa das tuas pernas
e o que me resta são teus gritos abafados num travesseiro
o que me resta é toda dor infinita.

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