21.7.15

oi luiza

eu sabia que você vinha. eu te amo, às vezes contra a minha vontade. muitas vezes me sinto incapaz de amar alguma outra coisa além de mim, e até a mim mesma, às vezes é um amor fraco ou pequeno. acho que os pequenos corações sofrem mais, tendo que se fazer maior na medida que são povoados por tantas pessoas. amei pouco e muito nessa vida, nunca e sempre amando as pessoas que de fato amei. quero ter você comigo, quero te dar cartas entregues em cada beijo com as coisas que eu nunca saberia dizer pra mais ninguém. o futuro é uma eterna inquisição, o presente é uma máquina de escrever que não para, o passado é uma história que não se apaga; gostaria de poder pegar todos esses três ingredientes da minha vida, junto com minha pequena porção de mim, esmagá-los em algo bom, em algo tolerável, e te dar de comer disso, preencher esse teu vazio, esse teu vazio tedioso com um pouco de mim, mesmo que pra isso tenha que me fazer um pouco menor, um pouco menor do que já me vejo. mas não. meu amor, meu amor te fará vomitar de tão grande, te deixará náuseas que outros invejarão, tão grande e violento será a passagem dele pela tua vida. e depois, anestesiada por essa porrada inesperada, minhas maos te colherão tal uma flor rara que brotou no meu peito, tal uma ave milagrosa que pousou na minha cabeça e me concedeu pensamentos melhorezinhos.

oi luiza, teu nome as vezes ecoa na minha cabeça de forma redundante, como pequenas pancadas de belezas em cada parte interna de mim, às vezes em lugares que nem sabia existirem mais. oi luiza, oi, oi, oi. as vezes os dias passam como um arrepio para lembrar de quando passavam sem você, como se antes de ti tudo fosse uma preparação para esse momento. oi luiza, porque as vezes sinto que você não escuta meu coração que bate e apanha, que mudou seu caráter latente para poder dizer três sílabas quando bate: lu-i-za lu-i-za lu-i-za lu-i-za.

ah, meu amor, a dona da minha besta mais feroz, você me espreme nas tuas mãos cansadas de pegar os sonhos e eu só quero escorrer por entre teus dedos como um suco de algo melhor. não entendo das coisas infinitas, eu mesma sou comigo uma coisa tão perecível que só me resta escolher a melhor forma de morrer nessa vida, e eu escolho você no final de cada pergunta.

oi luiza, para que nunca tenha que te dizer tchau.

te amo

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