12.5.16

coming thru in waves

um longo silêncio e depois, muito depois, sua voz de nascença, aquela que não sabe falar, que chora pelas necessidades e que caga sem controle. 
a voz que você escuta agora não é a minha voz de falar, mas a voz da minha consciência primitiva liberta da obrigação de ter que se expressar. se você não quer saber, não pergunte e não leia. não há nada no mundo que me acalme, me anime e decepcione quanto poder ouvir claramente meus desejos irrefreáveis, sem a censura idiota dos outros. confie em mim, não há nada a almejar para querer sentir o sublime som de suas próprias palavras; seria muito mais uma desconstrução minuciosa de toda merda extra e supérflua que foi anexada à sua pessoa original, como acessórios e efeitos musicais indispensáveis que abafam o barulho de fome num estômago faminto.

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