12.5.16

my bones are shaking under so much destruction, why dont they ever crack for everybodys sake?

ainda outro ceu de chumbo, as magoas flutuam em exaustivas remadas mas não morrem. numa era onde quase todos enxergam apenas a si próprios ou as falsas projeções de si mesmos, respiro aliviada por não ser vista e fecho os olhos para encarar sozinha a constatação do escuro: sou uma pequena mulher confusa e sem sentido, sem grandes ambições devido a minha incompetente mãe que gerou mais um ser sem talento nesse planeta já abarrotado de pessoas comuns. não há nada mais medíocre que caber em si mesmo. e de que adianta os remédios? para tornar mais suportável essa vida medíocre a qual estou fadada. um emprego comum numa área financeiramente estável, um carro que leva e trás sempre à lugares dos quais me arrependo ter ido, uma casa própria onde como meus dedos compulsivamente esperando o fim da solidão, bem independente, não? humildade. paciencia. resiliência. virtudes hilárias e entediantes, o mais novo desafio de uma geração que gasta seus dias tentando ser melhores quando seriam muito melhores se fossem apenas quem são, sem tanto yoga, sem tanto inibidor seletivo de recaptacao da serotonina, sem tanta aversão ao drama inevitável que é acordar e constar sua própria existência fudida, mais uma vez.

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