17.2.16

véu de maya

sinto-me oca, mas é uma destituição sem precedentes. a falta não pesa exatamente pela sensação de que jamais houvera algo ali, antes; na verdade, é um alívio que permaneceu enquanto o resto vazava, ilusão etérea. havia móveis cobertos que quando descobrimos, não eram móveis descobertos. silhuetas moldadas por fino véu de pano cor da pele que não passavam da nossa vontade de que fossem algo mais. mas não era, pois por que insistimos em dizer "sinto-me oca", quando na verdade não estávamos preenchidas em primeiro lugar? 

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