28.2.16

you cannot speak to an absent mind

não se pode tocar uma pessoa que está ausente, entende? as últimas semanas estive aqui apenas observando o mundo como uma tartaruga assiste a vida de sua casca e quando cansada, se retrai em seu invólucro de pedra. sei que estive, ainda que tão longe de tudo, bem aqui. esgota, onde estou? não se pode tocar uma pessoa ausente, mesmo que ela esteja bem diante de seus dedos; há uma distância que muitas vezes me habita e então nada posso. não estou, debaixo da pele bronzeada, aqui. não sei onde estou, procurei-me em medos antigos, em paixões que não chegam, jogo um anzol no vão de mim e sinto puxar, mas como disse, é apenas a sucção do vácuo, corpo vazio, dias inabitáveis. 

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