10.6.10

cactus e hormônios

o ser humano é egoísta, medroso. sendo então movido pelo medo onipresente da solidão, ele vai em busca de um amor para ama-lo de volta;
alguém que o deixe naturalmente a vontade para ser o que é, alguém que esquente seu coração nos momentos de saudade, que transforme a ausência em mágica espera; é isso mesmo, a gente ama para preencher.
claro, vai muito além disso, muito além de qualquer coisa que eu possa explicar com palavras, se fosse apenas passatempo eu amaria até meu cactus, porque ele me ocupa, ele me obriga a agua-lo de 15 em 15 dias e verificar se o sol está bom. vai muito além de qualquer coisa que uma frase de efeito possa descrever, ou a medicina com todos os seus hormônios venha a explicar; eu acho que o amor é uma manifestação divina, um evento sobrenatural, além.
e eu te amo da forma mais pura, da forma mais sincera, sem pedir nada em troca, porque ainda que troquemos tantas coisas, meu coração é uma pedra de gelo incapaz de sentir teus carinhos, incapaz de derreter com teu quentinho, eu realmente estou dando sem receber, simplesmente porque eu morreria de fome pra que não te faltasse comida, eu te deixaria comer tudo de mim para morrer feliz e viver em você.

sempre admirei os amores não-correspondidos pela beleza do sofrimento escolhido, o amor puro e singular.

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