16.6.10

reflexo


to na porta de casa, baqueteando com os dedos uma música cansada de ser trilha sonora de uma vida sem música, longa espera;
na janela dos olhos pisca uma estrela lá longe e reflete uma luz estrangeira; hoje as estrelas não falam minha língua, sinalizam; conto meus sinais até que formem uma constelação no corpo; sinto-me em casa sozinha; uma vez me disseram que morrer é não ser visto, vejo; no espelho todos os sinais de todas as estrelas e a luz que vem de fora; escuro preto como a morte.
to na porta do corpo, na porta da porta, na janela da janela, na luz da luz dos olhos dela.

Nenhum comentário: