9.3.14

me desculpe

me desculpe, mais uma vez. digo pois a necessidade de dizer ainda existe dentro de mim, e creio que sempre existirá. me desculpe por ter te traído, me desculpe por ter mentido, pelas vezes que bebi e tratei como um cão de rua. me desculpe por ter tirado todo o encanto que um dia você sentiu por mim e pela vida, me perdoe pelos sonhos que abortei. gostaria de poder gerar em meu ventre uma nova verdade para cobrir toda a nossa, mas eu não posso. me desculpe pelas vezes que te diminuí querendo ser maior, pelas vezes que impliquei a toa, pelos copos de cerveja vazios em cima de uma mesa triste e magoada. quando lembro da nossa viagem, me vem um vazio feliz. é exatamente assim que a memória me deixa, roendo uma capa de mentira de algo que foi uma tragédia. não sei se sou digna de teu perdão, mas ainda assim, me perdoa? me desculpe se choro ao te pedir desculpa, se nunca tentei melhor ou mais ou apenas tentei, ponto. sei que você não é uma pessoa perfeita, mas você foi perfeita no seu papel de amante e amiga, as vezes mãe e pai também. quero tanto teu perdão que venho sendo consumida pela falta dele, venho tentando calada ser alguém melhor para ninguém mesmo, ou para mim, na esperança de que isso seja retribuído ainda nessa vida. aprendi a te desejar a felicidade longe de mim, e por mais que as vezes ainda sinta muita falta e te deseje um pouco mais perto, me convenço de que nada mudaria; não há mais o que fazer, embora houvesse. não sou tão grande ao ponto de não te querer mais, ainda, mas estou crescendo. no mais, são apenas vontades moribundas. gostaria de ter conservado um gosto bom no teu sorriso, mas sinto que amarguei tuas lágrimas. 
me desculpe se nunca terás a chance de me perdoar, nem de por os olhos nessas palavras molhadas, mas minha mao encontra-se em teu peito, com tudo que há de melhor em mente para você. 
te amo muito

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