8.3.14

na segunda noite

caminhava pelo algo dos mortos, buscando a resposta de um crime que eu nem lembro mais, mas alguém havia feito algo de errado e eu devia satisfações ao chefe. eu amava meu chefe, eu queria que ele me amasse também. então fui sozinha pelo lado dos mortos, onde encontrei marcela voltando, so para descobrir que as mortes eram de mentira. me mandei dali e fui terminar o sanduíche dos meninos. em seguida, me mandei de vez, não lembro o motivo. sei que meu ônibus virou de tão vazio que estava, após descer um degrau muito alto. caminhei um pouco e logo vi um grupo de pessoas humildes, guiadas por um sábio, um padre, não sei. sentei junto a elas e, como se pudesse ver através de mim, uma delas me tocou dizendo "pode chorar aqui, viu? você tem muito choro ai". então chorei, chorei bastante, chorei muito. em seguida passa andrea e sarah com uma enfermeira do imip, que na verdade era nutricionista. por algum motivo, dea, que não é nem um pouco espiritual, parou e observou tudo que se passava ali naquele círculo. eu parei de chorar e sorri para ela, mas não conseguia dizer nada. ela não parecia ter raiva, pelo contrario, alguma coisa de muito empática emanava dela. o sábio nos convidou todas para ir a praia, e prontamente Sarah e eu começamos a nos despir. quando estava apenas de calcinha, eis que o sábio vira e pergunta "por que te despes para ir a praia?" envergonhada, voltei a me vestir pela metade, mas não o suficiente - sarah já havia corrido e eu segui logo atras. chegando à praia, um escorrego enorme onde se descia em pé. cheia de entusiasmo, eufórica, não tivemos dúvidas; desci todo o percurso longo, sem cair, exceto no final com um grande tchibum na água! olhei para cima e vi que o sábio descia lentamente pela escadas, rindo da minha vergonha que agora se instalava em meu rosto. desceu até nos e pediu que contássemos sobre nossas vidas, erros, acertos, o que quer que fosse. mais uma vez me espantei quando Dea começou a falar. e como eu chorei com o que ela disse, embora agora as palavras não venham a mente com exatidão, mas você disse algo assim: 
"já tentei mais de uma vez consertar algo que não consegui, e isso me machucou muito. me machucaram muito também, no processo (então aqui você olhava pra mim e eu te pedia perdão com os olhos cheios de lágrimas). andei muito pra frente para esquecer o que queria deixar pra trás, mas me sinto enganada sempre, por mim mesma. a vontade que tenho é de voltar, de poder viver aquilo que deu errado. de dizer que eu perdoo tudo e quero ser feliz (novamente, os olhos)."

então eu acordei, feliz pela segunda noite consecutiva. 

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