11.3.16

você

vem, meu amor, não pensa duas vezes, ou sequer uma, pois se pensas, não podes me habitar, assim como não voariam as gaivotas se pensassem no medo. onde há razão, não há entrega. o amor é um palpite, titubeio, nada que exija certeza, embora haja sempre a pressa de saber quando, e com quem, e porquê. ninguém se pergunta por que tantas perguntas? foi o arco-íris que brotou no céu e quando vi, no fim dos olhos, estava você, no rabo dele. então devo perguntar ao raio de luz por que atravessou a gota d'agua? se você nasceu do brilho, eu não hesito. se foi um acaso que te trouxe, eu aceito. mas se você me explica, deixo de entender o peito e passo a perguntar demais aos porquês. e se entendo, é apenas certo que já não amo, sendo o meu gemido em teu ouvido úmido um canto de lembrança e não de prazer.

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