29.3.10

lady river

às vezes acho que falo outra língua, que digo absurdos, que ninguém me entende.
eu sei que penso colorido em todos os sentidos possíveis, mas é fugindo do óbvio que me sinto viva.
para mim a vida tem gosto, peso e altura e consigo segura-la e senti-la como se fosse concreta.
doce, leve e infinita; ai está tudo que preciso saber para saber que está tudo bem.

e eu não consigo não gostar, essa coisa de viver me instiga a ir além dos limites que sempre vi nos outros, no fundo é tudo tão mais. é doce o se jogar, é leve o voar, é infinita a queda. e até quando caio, é bom sentir aquela dor de quem tá vivo! não doer me dói, eu gosto de sensações extremas, o meu oito pode até ser escuro, mas meu oitenta é eufórico. sou de lua, de sol, de marte, de vênus, e apesar de tudo gosto de ser-me, ainda que muitas vezes me falte experiência.
pior sempre fica e melhor sempre é pouco, como posso querer me conformar com qualquer coisa diante disso? não importa o que eu faça, sempre existirá um degrau a mais para baixo e outro para cima e são esses andares desconhecidos da vida que me inquietam, curiosidade do bem.
justo hoje a vida me recebeu assim, de braços abertos e justo hoje mergulhei em todas as coisas sem resposta, e mergulhei exatamente por saber não haver resposta.
foi de cabeça que me joguei nesse perder a cabeça sem fim, e é perdendo a razão que a gente se abre para tudo aquilo que só pode ser sentido, é se perdendo em mim que me conheço.
frio na barriga, você é bem vindo!

eu não sei e é melhor assim; qualquer definição me limitaria,
eu sou além,
sou tão profunda que minhas explicações se afogam antes de fazerem sentido.

Um comentário:

Gabriela Baldasso disse...

tristeza triste mesmo é não sentir, sentir tristeza pelo menos é sentimento