31.3.10

quando eu era pequena, adorava brincar aquelas brincadeiras de criança de antigamente.
nada de video game, computador ou game station, eu gostava das brincadeiras onde a gente se arriscava de verdade, caia de verdade, doía de verdade, morria de verdade.
game over era game over, ahahaha.
gostava de escalar árvores e lá no quintal da praia tinha um pé de manga com um balanço.
e eu sempre queria chegar no galho mais alto, porque se era para cair, que fosse do mais alto. e eu sabia, eu tinha toda a segurança do mundo que alguém ia me pegar na queda, que eu seria levada para casa e minha mãe faria curativos e me daria sorvete e que em breve eu estaria lá em cima novamente.
era uma segurança sem preço, uma segurança subjetiva e inconsciente que me dava a coragem para arriscar em tudo na minha vida, sempre o mais alto de tudo.
eu tinha coragem para me jogar na vida e não importa o que acontecesse, eu chegaria em casa no colo de alguém e mamãe faria curativos.
ai um dia mamãe me empurrou, eu cai de casa e ninguém fez curativos, ninguém me deu sorvete e disse "pronto, pode voltar lá para cima".
(to be continued)

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