21.3.10

beira-mar

todos saíram para fora, e eu aproveitei o silêncio para sair para dentro.
dentro não, meio; entre o que sinto e o que sei, bem aqui onde sou completamente desconhecida. vim pedir perdão e dizer que eu gostaria de gostar de tudo que gostaria de gostar, mas infelizmente essas coisas sempre foram além de mim.
todo dia acordo e tento ser alguém que vai me surpreender, mas nunca durmo muito longe de onde acordei, daqui e é neste aqui que me encontro, tropeçando em pontos e vírgulas sem sair do lugar, numa esteira de palavras e velocidades volúveis e estáticas. já nem me reconheço nessas últimas frases, mas vai ficar de pompa e se brotou, oras, é porque tinham que brotar mesmo.
mas vim, e vindo cheguei e aqui estou, ainda que não saiba o que é aqui e quem estou no momento. 
perdi, novamente.
beirei algo palpável.

roubo:
"às vezes eu desejo que não estivesse viva. mas eu não sei como morrer. não há nenhum botão para desligar. não importa o quão ruim eu me sinta, meu coração não para de bater e meus olhos se abrem pela manhã."

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